NITERÓI ? Em meio a um cenário de mais cortes nos empregos em estaleiros de Niterói, conforme o GLOBO-Niterói mostrou neste domingo, a prefeitura da cidade anunciou estimativas para o início da dragagem do Canal de São Lourenço. De acordo com o secretário municipal da Indústria Naval e Petróleo e Gás, Luis Paulino, a expectativa é que a licença esteja autorizada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) no início de 2017 para o início da dragagem. A ação, considerada essencial para aumentar o calado (profundidade) do canal ? e consequentemente a capacidade dos estaleiros da região de absorverem projetos maiores ?, é orçada em aproximadamente R$ 300 milhões.
De acordo com a prefeitura, ?a Secretaria de Indústria Naval buscará, até o mês de junho, orçamentos de três empresas para que a contratação (da empresa responsável por concluir o estudo do impacto ambiental) seja feita até agosto?. O poder municipal afirma que já avançou em quase 80% de todas as exigências solicitadas, como apresentação de dados, cor de águas e outras especificações técnicas.
? O pedido de licença ambiental para essa obra foi feita, há quatro anos, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) ao Inea. Se dragar, as reformas (de embarcações, para movimentar os estaleiros) começam a chegar. Outro dia perdemos uma reforma de R$ 150 milhões de reais. Era uma reforma de uma plataforma completa porque ela não pode entrar (no canal), não pode encostar ? exemplifica Luis Paulino, secretário municipal da Industria Naval e Petróle e Gás.
Crise nos estaleiros de Niterói De acordo com Paulino, as verbas relacionadas ao tema já foram destinadas pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) 3. Além dos R$ 300 milhões, aproximadamente, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) deve custar entre R$ 600 mil e R$ 900 mil. A estimativa é que a dragagem dure um ano e meio para ser concluída.
?CHEGA NO APAGAR DAS LUZES?, LAMENTA SINDICATO
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Se a notícia é comemorada por todos, os lados discordam quanto a efetividade da dragagem pelo momento atual da indústria naval na cidade. Conforme Dois estaleiros devem fechar até o fim do ano. Atualmente, sete ainda funcionam na cidade. O setor, que chegou a empregar aproximadamente 18.500 em 2012, possuiu apenas 3.100 postos de trabalho em Niterói, de acordo com o Sindicato de Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí.
? Essa dragagem do canal, que foi liberada pelo Inea, vai dar um fôlego na indústria naval. Vai dar aos estaleiros uma capacidade de fazer reparos em navios que hoje não podem entrar. Mas é uma pena porque esse projeto é discutido há muitos anos. Só no apagar das luzes é que começou a ser tocado, e não é feito de um dia pro outro ? criticou o diretor do sindicato que representa os metalúrgicos, José da Silva Júnior.
O secretário da Indústria Nava, porém, é otimista em relação ao impacto:
? A dragagem do porto de Niterói é a salvação das empresas do segmento. Não tem navio encomendado da Petrobras, mas tem navios estrangeiros querendo entrar na cabotagem (navegação costeira entre portos do mesmo país). E reparo naval dá dinheiro também ? afirma Luis Paulino.
