Cotidiano

Não assuma o risco: ‘Bebida e direção’ causa mais acidentes e morte nas ruas de Cascavel

Não assuma o risco: ‘Bebida e direção’ causa mais acidentes e morte nas ruas de Cascavel

O problema é a irresponsabilidade! Apenas “saber” que a combinação “bebida + direção” mata não é suficiente. É preciso ter a responsabilidade de não dirigir ao beber. Segundo a presidente da Transitar, Simoni Soares, o condutor cascavelense sabe que está errado, mas continua assumindo o risco. “O que observamos nas fiscalizações é que o [condutor] abordado já desce [do carro] e diz que ingeriu bebida alcoólica; tem consciência que está errado e diz: ‘estou errado’. Mesmo assim, assume o risco de colocar a sua própria vida e a vida de terceiros em risco”, destacou.

Resultados dessa “irresponsabilidade”, infelizmente, continuam sendo registrados na Capital do Oeste. Ontem (18), o tenente Luiz Tavares, da Polícia Militar, concedeu entrevista coletiva para falar sobre casos de embriaguez ao volante que causaram acidentes em Cascavel nos últimos dias, inclusive com vítima fatal. Na noite de segunda-feira (17), o jovem Luan Claudio Pagini Betim, de 25 anos, perdeu a vida em um grave acidente na Rua Nereu Ramos, esquina com a Rua Presidente Kennedy, na região central da cidade. Ele era passageiro de um Corsa Classic, quando o motorista, de 34 anos, perdeu o controle da direção e bateu fortemente contra uma árvore.

Socorristas do Siate foram chamados, mas infelizmente Luan não resistiu aos ferimentos e entrou em óbito ainda no local do acidente. Já o motorista foi socorrido e levado à unidade hospitalar. Apesar do condutor não ter feito o teste do etilômetro em razão do encaminhamento ao hospital, ele deverá responder pelo crime de embriaguez ao volante, e ter a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa. Ele apresentava sinais claros de embriaguez.

De acordo com o tenente Tavares, no veículo foi encontrado lata de cerveja e o próprio condutor teria assumido a responsabilidade. “Álcool e volante não combinam, ainda tem muita gente que está bebendo e dirigindo. Foi constatado que o condutor estava em estado de embriaguez”, disse.

Tavares explicou como são os trâmites para constatar um caso de embriaguez, mesmo quando não é realizado o teste etilométrico. “É um direito da pessoa se recusar a fazer o teste. Porém, se o agente de trânsito constatar que o indivíduo está com sinais de embriaguez como, por exemplo, fala arrastada, odor etílico, olhos vermelhos, dificuldade de manter o equilíbrio, é feito um termo de constatação que pode embasar a embriaguez ao volante e determinar a prisão em flagrante”, detalhou.

OUTROS CASOS

O tenente Tavares também comentou sobre outro caso de embriaguez ao volante que ocorreu também na noite de segunda-feira, desta vez no Bairro Guarujá. Nesta ocorrência, a Polícia Militar foi chamada para prestar apoio ao Siate em um acidente de trânsito na Rua das Flores. No endereço, um veículo Gol colidiu contra o portão de uma residência, causando danos materiais tanto no veículo, quanto no imóvel.

O passageiro recebeu os primeiros socorros e foi levado ao Hospital Universitário do Oeste do Paraná. O motorista sofreu um corte na região da boca, mas inicialmente recusou encaminhamento ao hospital. Ele estava sem a CNH e alegou ter ingerido bebida alcoólica. Os policiais registraram um boletim de ocorrência e levaram o condutor até a UPA Tancredo Neves, em razão da profundidade do ferimento. Neste caso, o motorista também vai responder pelo crime de embriaguez ao volante.

Na noite do último domingo (16), a Polícia Militar atendeu outro acidente de trânsito no cruzamento das Ruas Filosofia e João Merlim, no Bairro Universitário, Conforme a PM, um Fiat Palio teria avançado a preferencial, colidindo contra um Ford Ka. Com a batida, o Ka foi jogado contra um Picasso, deixando três pessoas feridas.

O motorista tentou fugir do local, porém, bateu em um carrinho de recicláveis e numa motocicleta que estava estacionada, duas quadras adiante. Sem condições de fugir e ferido, o condutor precisou de atendimento do Siate.

Segundo o tenente Tavares, o condutor estava sem CNH e deverá responder pelo crime de embriaguez ao volante.

EDUCAÇÃO E FISCALIZAÇÃO

Em conversa recente com a reportagem do O Paraná, a educadora de Trânsito da Transitar e presidente do Cotrans (Comitê Intersetorial de Prevenção e Controle de Acidente de Trânsito), Luciane de Moura, ressaltou que todos os órgãos de trânsito ligados ao Cotrans estão trabalhando – e bastante – a educação aliada à fiscalização e a engenharia, desenvolvendo campanhas de orientação e intensificando as fiscalizações. “Batemos muito nisso, porque a pessoa que dirige bêbada, não coloca só a sua vida em risco, mas dos demais e muitos sob o efeito do álcool acham que não perderam os reflexos e se sentem confiantes, mas não é o que acontece”, alertou.

Foto: Luiz Feliz Max/SOT