BRASÍLIA – De volta ao Palácio do Planalto depois de três semanas, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, terá reunião apenas sobre a reforma previdenciária, no fim da tarde. Até lá, deve despachar com a equipe e o presidente Michel Temer, que também está com a agenda oficial vaga. Padilha ainda não deu explicações sobre a denúncia de José Yunes, ex-assessor especial de Temer. Yunes disse à Procuradoria-Geral da República que recebeu um pacote do doleiro Lúcio Funaro em seu escritório, em São Paulo, a pedido do chefe da Casa Civil.
A acusação de Yunes aconteceu na mesma semana em que Padilha passou mal. Desde então, após cerca de 20 dias, o ministro ainda não se explicou, assim como o Palácio do Planalto.
Nos próximos dias, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma lista com pedidos de inquéritos baseada em 78 delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht. Em seguida, o sigilo desse material deve ser levantado pelo relator da Lava-Jato na Corte, o ministro Edson Fachin.
A agenda oficial de Padilha só tem um compromisso nesta segunda-feira: uma reunião às 17h com líderes parlamentares e o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, sobre a reforma da Previdência. Temer só tem uma audiência marcada, às 9h30. Padilha está na linha de frente da articulação do governo com o Congresso para tocar a reforma. O Planalto quer aprová-la definitivamente ainda neste semestre.
Padilha havia sido internado no Hospital do Exército, em Brasília, no último dia 20, com um quadro de obstrução urinária, provocada por uma hiperplasia prostática benigna. Dois dias depois, ele viajou a Porto Alegre, e foi operado no último dia 27. A licença por atestado médico, que foi estendida, não foi publicada no Diário Oficial.
O peemedebista já foi internado duas vezes nos últimos meses, em Brasília e em Porto Alegre. Padilha teve problemas de pressão e tonturas, o que foi diagnosticado como síndrome do desembarque, mal desencadeado por viagens aéreas.