RIO – Cerca de 500 professores, estudantes e funcionários da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) fizeram ontem, no pátio do Centro Tecnológico (CT), no
Fundão, uma corrente contra a crescente redução dos investimentos da União em
educação, o que reflete diretamente no funcionamento das instituições de ensino
federais. A UFRJ, alvo de cortes em bolsas de pesquisa e no número de
funcionários terceirizados das áreas de limpeza e segurança, é uma das
afetadas.
? A universidade vive uma situação de contingenciamento
de gastos que prejudica seu funcionamento ? lamentou a presidente da Associação
de Docentes da UFRJ, Tatiana Roque.
Estudante de engenharia elétrica e membro do Diretório
Central dos Estudantes (DCE)da UFRJ, Brenner Oliveira, disse, durante o
protesto, temer pela precarização da iniciação científica.
? Os nossos laboratórios hoje não conseguem se manter
através de verba pública. E houve cortes de bolsas de pesquisa. Há muita demanda
e pouca oferta para os alunos de tecnologia que querem permanecer na
universidade fazendo pesquisa ? criticou Brenner.
A presidente da Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ, Waldineia
Nascimento, afirmou que houve um corte substancial no número de funcionários
responsáveis pela limpeza e pela segurança da universidade, entre outubro e
dezembro do ano passado:
? Éramos três mil funcionários terceirizados. Com as
demissões, só sobraram de 500 a 700.
Procurada, a UFRJ informou que iniciou o ano com déficit e que os contratos
estão sendo pagos com atraso de dois meses, em média. Em nota, disse ainda que o
pagamento de bolsas de assistência estudantil não sofreu cortes. Informou ainda
que os serviços terceirizados representam 50% do orçamento da universidade,
mesmo com diminuição de até 30% dos contratos, nos últimos anos.
O ato também foi contra a
união dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e das Comunicações
estipulada pelo presidente interino, Michel Temer. E ainda contra a PEC
241/2016, que está no congresso em regime de urgência e pretende limitar o teto
para gastos públicos à inflação do ano anterior.