BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, rejeitou nesta terça-feira a tese de que a adoção da lista fechada para eleger deputados federais possa proteger candidatos envolvidos em corrupção, os misturando com outros, no meio da lista.
? Certamente Alemanha, Portugal, Espanha não têm lista fechada para esconder nada ? disse, citando os países que têm esse modelo ou de forma parcial ou total.
? Nenhum deles (sistemas) está aí para proteger ninguém ? complementou em seguida.
Ele falou após participar da abertura do segundo dia do Seminário Internacional sobre Sistemas Eleitorais, organizado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Segundo Maia, o importante é ser definido um novo modelo eleitoral, porque em sua avaliação qualquer mudança é melhor do que o atual sistema brasileiro, no qual o eleitor vota em um candidato e acaba elegendo outros candidatos que não tiveram quociente eleitoral e são “puxados” por aqueles da coligação que tiveram muitos votos.
Além da lista fechada, na qual o partido elenca os seus candidatos e o eleitor vota no partido, e não em um candidato específico, está sendo discutido o voto distrital. Nesse modelo, o país é dividido em distritos e cada legenda tem um candidato em cada distrito. O eleitor vota no candidato que quiser nessa sua região, semelhante à eleição do prefeito. E, finalmente, o modelo alemão, que é misto e elege metade da Câmara dos Deputados pela lista fechada e metade pelo voto distrital.
? Acho que temos que sair de onde nós estamos. Temos que caminhar para algum modelo. Qualquer um desses três é melhor do que o sistema atual ? disse Maia.
Na Câmara foi instalada uma comissão especial para debater a reforma política. Ontem, nesse mesmo seminário, o relator da reforma, deputado Vicente Cândido, defendeu que se adote a lista fechada nas eleições de 2018 e 2022 como forma de transição para o modelo alemão, que seria implementado a partir de 2026.