SÃO PAULO ? A força-tarefa da Lava-Jato pediu a manutenção da prisão do lobista e operador de propina João Augusto Rezende Henriques. A defesa de Henriques, que é acusado intermediar repasses ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer a revogação da prisão preventiva dele por questões de saúde.
Henriques é acusado lavagem de dinheiro internacional e manutenção de depósitos não declarados no exterior. O operador era beneficiário de conta bancária secreta na Suíça, não declaradas às autoridades brasileiras, nela movimentando valores de propinas acertadas em contratos da Petrobras.
O lobista começou a fazer depósitos que totalizaram US$ 1,3 milhão em uma conta do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no mesmo mês em que participou de um negócio de US$ 34,5 milhões da Petrobras no Benin, em maio de 2011. No dia 3 de maio, a estatal brasileira pagou este valor para adquirir 50% do direito de exploração de um campo de petróleo no país africano. Cunha nega repasses.
Os advogados de Henriques alegam que ele foi submetido, em dezembro de 2000, a transplante de fígado e que precisa estar sob constante observação. Eles afirmam que para evitar infecções, ele precisa de uso continuo de, repelentes de insetos, filtro solar e fio dental e com um cuidado especial nas águas utilizadas no preparo de sua alimentação. Por isso, pedem que ele fique em casa aguardando o julgamento da ação.
Os investigadores da Lava-Jato alegam que a liberdade dele pode colocar em risco as investigações já que há repasses ainda não identificados dele a outros beneficiários no exterior: ?a ocultação de patrimônio e a manutenção não declarada de contas no exterior constitui causa para decretação da medida cautelar da prisão preventiva?, afirma o documento encaminhado a Moro nesta segunda-feira.