SÃO PAULO. Quatro pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo pelos crimes de lavagem de dinheiro e fraude fiscal referente a recursos desviados do Postalis fundo de previdência complementar dos Correios entre 2006 e 2011. O mentor do esquema, segundo o MPF, era o empresário e operador do mercado financeiro Fabrizio Dulcetti Neves.
De acordo com a denúncia, o grupo superfaturava títulos negociados no mercado de capitais. Segundo o MPF, duas corretoras sediadas nos EUA adquiriram papéis no mercado internacional e os revenderam a fundos ligados ao Postalis por preços acima dos valores reais.
O esquema utilizava uma série de offshores, muitas delas pertencentes a sócios da Atlântica Administração de Recursos, empresa de Fabrizio responsável pela gestão dos fundos no Brasil, escreveu o MPF em texto de divulgação sobre o processo.
Esta é a segunda denúncia do MPF contra envolvidos no esquema que causou rombo superior a US$ 140 milhões aos cofres do Postalis.
Para tentar driblar a Receita Federal e ocultar a internalização dos recursos ilegais no Brasil, os envolvidos usavam contas bancárias de parentes e forjava doações, empréstimos e aquisição de bens.
A compra de imóveis foi registrada também era registrada em valores menores, sendo a diferença era paga no exterior, de acordo com os investigadores.
O GLOBO não localizou nesta sexta-feira advogados de Fabrízio Neves. De acordo com o m MPF, atualmente o empresário vive nos EUA.