RIO – O Ministério Público do Rio de Janeiro deu parecer favorável para que o inquérito que investiga o estupro coletivo da jovem de 16 anos seja desmembrado. A manifestação do MP foi dada na madrugada deste domingo, quando a advogada da adolescente, Eloísa Samy, entrou com quatro pedidos na Justiça. A promotoria, no entanto, não concordou com o pedido de afastamento do delegado Alessandro Thiers do comando da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática. A justiça ainda não deu a decisão.
O promotor de plantão, Bruno Lavorato, foi favorável ao pedido de Eloísa a uma medida cautelar em favor da vítima, baseada na lei Maria da Penha. Segundo a advogada, no texto da representação, “há notícias de que um dos possíveis autores, denominado Raphael Belo, vem se aproximando da mesma.
Mais cedo, Eloísa postou numa rede social que a juíza de plantão no Tribunal de Justiça já havia decidido pelo desmembramento do inquérito.
– O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, esteve no plantão judiciário para conversar com a juíza e com o representante do MP. Já no final da madrugada, também a pedido da juíza, o delegado Alessandro Thiers também foi ao TJ levar a cópia de todoo inquérito.
Para Eloísa, Thiers estaria criminalizando e culpabilizando a vítima. O delegado rebateu as críticas e disse que a advogada. estava ?querendo bagunçar a investigação?. Em nota, a Polícia Civil disse que a ?investigação é conduzida de forma técnica e imparcial, na busca da verdade dos fatos, para reunir provas do crime e identificar os agressores, os culpados pelo crime.?
Estupro domingo– Ele (Alessandro Thiers) perguntou se ela (a jovem) já tinha participado de sexo em grupo. Constrangida, a menina me perguntou: ?preciso responder isso??. Disse que não e o delegado continuou insistindo com esse tipo de pergunta. Depois disso, encerrei o depoimento. A menina chorou muito em vários momentos. Eu tive que interromper para que ela pudesse se recompor ? disse Eloisa no último sábado.
Em entrevista coletiva na última sexta-feira, Thiers afirmou que “a polícia está investigando se realmente aconteceu estupro de vulnerável”:
– A polícia continua a investigar os fatos. É leviano falar agora o que realmente aconteceu. Vamos tomar outras providências, ouvir outras pessoas para concluir e traçar uma linha de investigação. A Polícia Civil está investigando para saber como realmente ocorreram os fatos e da maneira que ocorreram – disse.