Cotidiano

MP diz que empresário entregou propina de empreiteira a Campos

RIO ? O Ministério Público Federal (MPF) concluiu que o empresário João Carlos Lyra de Melo Filho é o proprietário do avião que caiu em Santos (SP) com o então candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, na campanha presidencial de 2014. O empresário, ainda de acordo com o Ministério Público, entregou propina da empresa Camargo Corrêa a Campos e ao senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).

Segundo inquérito da Polícia Federal, ex-funcionários da construtora reconheceram o empresário como o responsável pelo pagamento do dinheiro ilegal. Na terça-feira, os policiais federais prenderam quatro pessoas na Operação Turbulência: Eduardo Freire Bezerra Leite, Arthur Roberto Lapa Rosal e Apolo Santana Vieira, além de Mello Filho, acusados de envolvimento no esquema ilegal que teria abastecido o caixa dois de campanha eleitoral de Campos.

A PF faz referência a trechos de um inquérito do Supremo Tribunal Federal do ano passado que investiga o desvio de dinheiro público na construção da Refinaria Abreu e Lima. Baseado em depoimentos de ex-empregados da Camargo Correa, o MPF diz que é ?clara a atuação do investigado João Carlos Lyra na condição de operador financeiro de numerários recebidos clandestinamente para abastecer ou pagar dívidas decorrentes da campanha eleitoral do falecido ex-governador Eduardo Campos?, referindo-se à campanha de reeleição para o governo de Pernambuco em 2010.

PSB NEGA IRREGULARIDADES

O inquérito aponta ainda o envolvimento do empresário João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho com o senador Fernando Bezerra Coelho, que, em 2010, era secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco no governo de Campos.

Bezerra Coelho foi ministro da Integração Nacional no governo Dilma e é pai do atual ministro das Minas e Energia do governo Michel Temer, Fernando Bezerra Filho.

O PSB negou a existência de qualquer ato ilícito na campanha de Campos em 2010 e que apoia as investigações. Bezerra, em nota, afirmou que ?são totalmente imprecisas as ilações feitas pela Procuradoria da República em Pernambuco?. A nota afirma ainda que não há prova de ?qualquer atividade ilícita?.

Em nota, Bezerra Coelho afirmou que ?são totalmente imprecisas as ilações feitas pela Procuradoria da República em Pernambuco?.