Cotidiano

Moro suspende por 30 dias ação contra executivos da Odebrecht

SÃO PAULO. O juiz Sérgio Moro determinou a suspensão, por 30 dias, da segunda ação penal contra executivos da Odebrecht, que envolve o pagamento de E# 137 milhões em propina à pessoas ligadas à diretoria de Serviços da Petrobras por ovras no Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia. “Diante de informações de que estaria em andamento a negociação de alguma espécie de acordo de colaboração entre as partes, suspendo este feito por 30 dias”, determinou o juiz, em despacho assinado na quarta-feira.

São réus na ação suspensa o empresário Marcelo Odebrecht e os executivos César Ramos Rocha, Márcio Faria e Rogério Santos de Araújo. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Federal e aceita pela Justiça em outubro passado, depois que as investigações constaram desvios nos contratos de terraplenagem no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), no Rio, e na Refinaria Abreu de Lima (RNEST), em Pernambuco. Além do Terminal de Cabiúnas (Tecab) e das plataformas P-59 e P-60, na Bahia. As obras estavam relacionadas às diretorias de Serviços, Abastecimento, Exploração e Produção e Gás e Energia. Também são réus nesta ação o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o delator Pedro Barusco, que foi gerente da área.

Na semana passada, o empresário Marcelo Odebrecht e a força-tarefa da Lava Jato deram início formal às negociações para um acordo de colaboração, com a assinatura de um termo de confidencialidade. A expectativa em torno da delação dos executivos da Odebrecht está na lista apreendida pela Polícia Federal, em março deste ano na casa de um funcionário da empresa, onde aparecem os nomes de cerca de 300 políticos que receberam recursos da empreiteira. As investigação avaliam que foram distribuídos R$ 55 milhões a políticos.

Em março passado, Moro condenou a 19 anos de prisão o empresário Marcelo Odebrecht e outros dois ex-executivos da empresa, Márcio Faria e Rogério Araújo, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Outros dois ex-executivos do grupo foram condenados a penas um pouco menores. Alexandrino Alencar foi condenado a 15 anos, sete meses e dez dias de reclusão e César Ramos Rocha a 9 anos, dez meses e 20 dias por corrupção e associação criminosa.