A Prefeitura de Cascavel divulgou nota de esclarecimento sobre o encerramento das atividades da comunidade terapêutica Molivi (Movimento de Libertação de Vidas). Na última sexta-feira (23), a diretoria da entidade que atende dependentes químicos decidiu parar o atendimento a partir do dia 15 de março. O Molivi enfrenta sérios problemas financeiros que se arrastam há anos.
O problema é que legalmente o Município não pode aplicar recursos financeiros no Molivi. A Secretaria de Saúde de Cascavel esclarece que o repasse de recursos para comunidades desta natureza acontecem através de processos de licitação.
Em outubro do ano passado, foi realizada a concorrência pública para a contratação de instituições responsáveis em atender usurários de substâncias psicoativas do Município de Cascavel no sistema de registro de preços. Segundo consta na ata da sessão, o Molivi foi declarado inabilitado por apresentar certidão positiva municipal e a documentação vencida na Receita Federal.
Na tarde de hoje, parentes de internos do Molivi pretendem fazer uma manifestação em frente à Prefeitura de Cascavel. Eles cobram do Poder Público uma solução que impeça o fechamento da comunidade terapêutica. O Município diz que nunca houve desinteresse em auxiliar a entidade, mas que o Molivi necessita de formato definitivo para se manter.
Debate na Câmara
Ontem, o assunto foi debatido na sessão da Câmara de Vereadores. O vereador Romulo Quintino (PSL) lembrou que há mais de 30 anos a entidade tem feito um grande trabalho social. Ele defendeu uma intervenção do poder público na entidade para evitar o fechamento. “Precisa ser feito alguma coisa”, declarou o parlamentar.
Quintino destacou ainda que a entidade não pode ser fechada e defendeu a continuidade por meio de auxílio particular ou com intervenção do poder público. “A única coisa certa, obvia e muito firme é que o fechamento de uma entidade como o Molivi representa uma grande derrota para a população cascavelense”, enfatizou.
Nos últimos meses, a entidade tem se mantido com recursos de algumas igrejas e voluntários, mas as dificuldades ainda são grandes. Com frequência, são realizados jantares, almoços e rifas para angariar fundos.