LONDRES ? Uma mulher foi impedida de viajar em um avião após uma crise de epilepsia, mesmo com autorização médica. A modelo Helen Stephens, que sairia do Aeroporto de Gatwick, em Londres, nessa quarta-feira para um casamento na Grécia, se sentiu como ?uma criança dispensada da sala de aula?, e questionou a preparação da empresa EasyJet para lidar com pessoas com algum problema de saúde.
A passageira passou mal dentro da aeronave e, de acordo com Helen, a crise durou segundos. Paramédicos que estavam no avião a liberaram para voar, mas a equipe de bordo da companhia aérea pediu que ela deixasse o voo.
? Se eu tivesse que ser carregada para fora do avião e levada para um hospital, eu entenderia totalmente. Mas uma pessoa que está falando e andando, que pode se levantar, guardar seu passaporte e sair do avião… foi muito constrangedor ? disse Helen ao jornal ?The Independent?.
De acordo com um porta-voz da companhia, ?a saúde e bem-estar dos seus passageiros a bordo é de primordial importância, e a EasyJet só permite que um passageiro viaje se os funcionários de embarque, o capitão e a equipe de bordo estiverem certos de que ele tem condições de voar?. O protocolo da empresa é que uma pessoa com epilepsia só embarque 24 horas depois de uma convulsão, tendo acompanhamento médico.
A empresa remarcou o voo da modelo para o dia seguinte, e ofereceu acomodação para que ela passasse a noite. Helen agradeceu, mas disse que o atraso prejudicou suas férias.
? Há muitos graus de epilepsia. (As crises) acontecem de maneiras diferentes, e eles deveriam escutar os profissionais de saúde e as pessoas com a doença. Eles não me ouviram ? criticou Helen. ? Eu acho que a EasyJet deveria estar ciente de como a equipe lida com deficiências físicas, especialmente uma tão comum como a epilepsia.
A ONG Epilepsy Action informa que há mais de 40 tipos de epilepsia, de intensidades diversificadas, e que uma pessoa pode ter mais de um deles. Cinco a cada 100 pessoas terão uma crise epilética em algum momento da vida, e quatro dessas cinco vão desenvolver epilepsia, estima a ONG.