BRASÍLIA – O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, negou que o general da reserva do Exército Sebastião Peternelli será presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai). Após reunião com indígenas no Planalto que protestaram em frente ao palácio mais cedo nesta quarta-feira, Moraes disse que o único “problema” na indicação de Peternelli, feita pelo PSC, é a falta de interlocução com os índios.
? Não há nenhum óbice ao nome que foi indicado. Mas não será ele (Sebastião Peternelli) o presidente da Funai porque nós estamos em negociação com outro perfil ? disse o ministro, que afirmou que procuram alguém que tenha “perfil de diálogo” para “avançar” conquistas da pasta.
Moraes também disse que foi “erro da imprensa” noticiar que o nome já estaria acertado pelo governo.
? Trouxemos uma posição contrária quanto à indicação de um militar. Já passamos tempos de horrores na ditadura em que muitos povos indígenas foram assassinados ? disse o cacique Aruã Pataxó. O general já publicou em redes sociais que apoia a ditadura militar
Na manhã desta quarta, cerca de 50 indígenas protestaram em frente ao Palácio do Planalto com faixas criticando a “militarização e fundamentalismo religioso” na Funai. Eles também reivindicam a manutenção das demarcações feitas pela presidente afastada Dilma Rousseff e pedem especialmente por demarcações na Bahia.