Cascavel – O programa de incentivo à aquicultura lançado há 15 meses era dos mais ambiciosos para o Paraná e para o Brasil. Considerando o potencial de 24 mil toneladas com a criação de pacu, a produção anual no reservatório chegaria, quando todo o sistema de tanque-rede estivesse em atividade, a cem mil toneladas. O desafio em âmbito nacional era alcançar os dois milhões de tonelada por ano, melhorando a atual posição no Brasil no ranking mundial de criadores hoje é o 12ª.
O então ministro da Pesca e Aquicultura, Hélder Barbalho, afirmava que o projeto era de multiplicar por cinco a produção de proteína no Oeste do Paraná. A criação de tilápias em tanque-rede valeria apenas para os braços do reservatório sem em nenhum momento atingir o corpo principal. A área autorizada corresponderia a apenas 0,1% da lâmina d´água com tanques-rede.
Para ter acesso a crédito e se integrar à atividade, o pescador profissional precisaria receber um título que lhe daria direito de explorar a tecnologia de engorda em confinamento por 20 anos. O governo e os órgãos ambientais afirmavam, em abril do ano passado, que o Paraná, apenas com a água dos seus reservatórios, teria capacidade de ampliar das atuais 51 mil para 700 mil toneladas a produção de pescador por ano. No anúncio, o presidente da Associação de Pescadores e Piscicultores de Foz do Iguaçu, Estevão Martins, definiu o programa como decisão histórica.
R$ 5 mil
E não era para menos. Se tivesse saído do papel, e no fundo ainda é essa a expectativa de quem há anos se agarra a tão pouco, a criação da tilápia elevaria significativamente o ganho dos pescadores integrados. Hoje, o profissional tem renda cerca de R$ 1 mil e com o tanque-rede poderia chegar a faturar R$ 5 mil mensais. Mas, por enquanto, esse programa, que tem sim enorme potencial e transformaria muitas vidas, não passa de um sonho distante, diz o pescador e um dos líderes do segmento no Oeste Lírio Hoffmann.