BUENOS AIRES – O Ministério das Relações Exteriores do Uruguai divulgou nesta quarta-feira uma nota oficial na qual afirmou que houve um ?mal entendido em relação à proposta brasileira de efetuar atividades de promoção comercial conjuntas em terceiros mercados? e que já ficou ?perfeitamente claro que a mesma não tem relação alguma com a consideração sobre a transferência da Presidência Pro Tempore do Mercosul?.
Assim, o governo do presidente Tabaré Vázquez tentou botar panos quentes na crise desencadeada há dois dias, quando foram reveladas pelo jornal uruguaio ?El Pais? declarações do chanceler Rodolfo Nin Noboa no Parlamento, sobre a tentativa do chanceler brasileiro, José Serra, de “comprar” o voto do Uruguai a favor da posição do Brasil na disputa com a Venezuela pela presidência do bloco, em sua recente viagem a Montevidéu.
De acordo com informações oficiais do Parlamento uruguaio, Nin Noboa disse aos congressistas que integram a Comissão de Assuntos Internacionais que ?não gostamos muito do que o chanceler Serra veio dizer no Uruguai?.
?Vinham com a pretensão de que fosse suspensa a transferência (da presidência do Mercosul para a Venezuela) e, além disso, de nos levarem com eles em suas negociações com outros países, como querendo comprar o voto do Uruguai?, assegurou o chanceler uruguaio, segundo consta na versão taquigráfica de sua apresentação no Congresso.
Nesta quarta, o governo Vázquez disse que tudo tratou-se de um mal entendido. Na mesma nota, a chancelaria uruguaia apontou que ?o Uruguai entende que a prioridade essencial é conseguir evitar que qualquer impasse provoque uma paralisação nas atividades do bloco?.
?Com o objetivo de fortalecer o Mercosurl, tanto em seu funcionamento interno como em sua capacidade de desenvolver uma agenda de negociações externas ativa, o diálogo entre os Estados Parte é essencial?, afirmou o governo uruguaio.