Cascavel – “Festas de Fim de Ano”. Chegou a época em quem mesmo com todas as dificuldades e desafios enfrentados ao longo do ano, a maioria absoluta das pessoas dá aquele “jeitinho” de organizar uma festa, correr atrás de presentes (mesmo uma simples ‘lembrancinha’) e de externar o carinho e laços de fraternidade aos familiares, amigos e colegas de trabalhos. Uns são mais expansivos, outros mais comedidos, porém, todas estas ações carregam em si o “espírito natalino”, de amor ao próximo tão necessário durante todos os dias e não apenas na época do Natal.
A solidariedade e este cuidado com o próximo é o exemplo que vem do programa social mantido pela Verdade Igreja, de Cascavel, formado por um grupo de voluntários que há um ano criou um programa que sustenta a mesa de cerca de 15 famílias todos os meses. O Mercado Solidário funciona como um verdadeiro supermercado, em que as famílias trocam um dinheiro fictício pelos os alimentos que são dispostos em prateleiras e podem ser levados para casa sem nenhum custo.
Débora Dal Molin de Souza, pastora e coordenadora do programa, explicou que as famílias que necessitam de ajuda de até três meses, fazem o cadastro no Programa Verdade Social, que mantêm o mercado e, com isso, podem fazer as suas “compras”. O “valor” é calculado de acordo com a quantidade de pessoas que vivem na residência e, no Mercado Solidário localizado em uma estrutura própria do programa mantido pela igreja, a família se abastece de frutas, verduras e produtos de higiene pessoal, além de carnes, demais itens da cesta básica e até produtos congelados.
Dignidade
“Nós organizamos os produtos em prateleiras e todos tem um valor, com a ideia de que as famílias tenham a dignidade de fazer as suas compras e pegar os produtos que elas preferirem e que estiverem precisando”, explicou Débora. Os produtos são todos embalados em sacolas personalizadas do programa, exatamente como aconteceria em um supermercado comum.
Além disso, as famílias também recebem um vale para escolher dez peças de roupas no bazar que fica ao lado do Mercado Solidário, sendo que todas as roupas são higienizadas e etiquetadas, para que a até as crianças tenham a sensação de poder “arrancar a etiqueta” e, por mais que tenha sido usada, é nova para ela. “A proposta é resgatar a dignidade e deixar um prazo para que ela não depende só daquilo, por isso, estipulamos o período de três meses, para conseguir atender outras famílias que também necessitam de ajuda”, falou.
Segundo a pastora, atualmente o programa atende 15 famílias porque é o limite que a estrutura comporta, mas que existe uma fila de espera bastante grande, já que o programa acabou sendo conhecido e procurado. Para conseguir ampliar os atendimentos, a Verdade Social está aberta para fazer parcerias com empresas que tenham o interesse em fazer este tipo de ação social e, para isso, eles enviam boletos mensais, fazem prestação de contas e ainda disponibilizam informações e as artes gráficas para a divulgação.
Outras ações
Débora Dal Molin explicou que o programa do Mercado Solidário é mantido na sua grande parte pela igreja, assim como outras ações. Com cerca de 70 voluntários ativos, outra ação é a entrega de kits de café da manhã para os familiares de pacientes atendidos pelo Ceonc, todas as terças-feiras. “Nesses dias começamos às 4h30 a montagem dos alimentos, tudo dentro das normas de higiene e fazemos a entrega para muitas pessoas que acabam tendo nesse kit o principal alimento do dia”, salientou.
Outra ação realizada pelo Programa Verdade Social é a entrega de cestas básicas para outras 30 famílias, em média, que ainda não foram absorvidas pelo Mercado. Também são realizados encaminhamentos para tratamentos médicos e profissionais como psicólogos e psiquiatra, de acordo com a disponibilidade das parcerias ou de recursos para pagar consultas e tratamentos.
“Missão” permanente
Segundo a coordenadora do Verdade Social tanto para ela, quanto para os voluntários que ajudam nas ações, esse tipo de trabalho é verdadeiramente uma missão, porque reflete os ensinamentos de Jesus em estar amando as pessoas na prática. “Jesus morreu por amor as pessoas. E, quando conseguimos externar isso, que a necessidade do próximo seja vista e atendida, então, como cristãos que devemos ser, nos tornamos imitadores de Cristo e, como Ele ama, temos que amar também”, disse, complementando ainda que “pequenas ações acabam sendo grandes, ajudando na transformação na cidade, contribuindo para a redução da violência e da pobreza, tendo um alto poder de resgatar e ajudar ao próximo”.
Quem quiser contribuir com o Programa Verdade Social pode entrar em contato pelo telefone (45) 9 9961-1004 e ajudar para que o verdadeiro sentido do Natal, quando se celebra o nascimento de Jesus, seja uma realidade todos os dias do ano.
“Kit de Natal”
Agora, no mês de Natal, cada uma das famílias atendidas pelo programa recebeu um kit extra com panetone e outros produtos para auxiliar as comemorações de fim de ano. “Queríamos ter dado ainda uma ave natalina para cada uma delas, mas não foi possível. Esperamos no ano que vem alcançar essa vontade e atender ainda mais famílias, proporcionando um Natal e uma festa ainda melhor”, disse.
Foto-mercado: Verdade Social