BERLIM – O local invadido por um caminhão em Berlim nesta segunda-feira, deixando ao menos 9 mortos e 50 feridos, era conhecido pelo “cheiro de amendoim torrado, chocolate quente e vinho”. Esta era a descrição feita pelo site de turismo “Visit Berlin” a respeito do Breitscheidplatz, mercado de rua dedicado especialmente ao comércio de artigos relacionados ao Natal na época das festividades de fim de ano.
O fotojornalista alemão Mischa Heuer divulgou, em uma rede social, fotografias do mercado de rua tiradas há apenas uma semana. Nas imagens, é possível ver um movimento constante de pessoas nos cerca de 100 quiosques dedicados a comidas tradicionais e decoração natalina.
A feira que foi invadida pelo caminhão ficava próxima à igreja luterana Gedächtniskirche, um memorial mantido da Segunda Guerra Mundial na parte oeste de Berlim. A própria igreja também contava com alguns estandes que seguiam a temática do mercado natalino nos arredores.
O site “Visit Berlin” descrevia o mercado da Breitscheidplatz como ponto ideal para encontrar “artesanato, decorações de Natal, roupas de inverno, brinquedos para crianças e acessórios cuidadosamente concebidos”. Além disso, segundo o site, há pequenos carrosseis que “iluminam os olhos das crianças e acrescentam um charme nostálgico ao mercado”.
SUSPEITA DE ATAQUE TERRORISTA
A invasão do caminhão ao mercado de Breitscheidplatz está sendo investigada pela polícia sob a suspeita de um atentado terrorista, embora ainda não existam informações mais detalhadas para classificar o ocorrido. A polícia de Berlim confirmou que prendeu, no local do ocorrido, um suspeito de ser o motorista do caminhão. Ainda de acordo com a polícia alemã, um “passageiro” que também ocupava o veículo morreu no local da batida.
Segundo informações da imprensa local, o caminhão pertence a uma empresa da Polônia e está registrado na cidade polonesa de Gdansk. O dono da empresa, identificado apenas como Ariel Zurawski, disse em entrevista à rádio TVN24 que seu primo esteve viajando a Berlim no caminhão envolvido no acidente e que ele passaria a noite na cidade.
Ariel disse que seu primo tinha mais de uma década de experiência como motorista de caminhões, e afirmou que não podia imaginá-lo como responsável pela batida. O dono da empresa não descartou a possibilidade de que o caminhão tenha sido sequestrado.