SÃO PAULO – Em meio a rumores de que cresce a pressão sobre o presidente Michel Temer para que faça mudanças na equipe econômica, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira, em São Paulo, que não está sendo ?fritado?.
? Não tenho visto isso (estar sendo fritado). Estamos em um processo de discussão sobre o que precisamos fazer ? justificou, em referência ao desgaste que estaria enfrentando devido à demora na retomada do crescimento.
Apesar do desemprego em alta e do Produto Interno Bruto (PIB), Meirelles avalia que a economia brasileira já saiu da UTI e que para ?voltar a correr? será necessário finalizar as reformas iniciadas nos últimos meses, acrescentando que o crescimento da economia não contará com a ajuda de desonerações de impostos.
? O Brasil estava na UTI e em risco de colapso. Mas com as medidas que estamos tomando, o Brasil saiu da UTI. Ainda não está andando rápido, mas está em processo de recuperação e vamos sim crescer de forma sustentável ? disse durante evento realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Entres as medidas que teriam ajudado o Brasil a sair desse quadro mais crítico, o ministro citou a PEC do teto dos gastos (que ainda precisa ser aprovada em segundo turno pelo Senado), a transparência nas contas públicas e a reforma da Previdência, sendo que a proposta dessa última será apresentada pelo presidente Michel Temer nesta segunda-feira.
Para Meirelles, a perspectiva de crescimento no ano que vem e a melhora da confiança já são fatores que indicam que o Brasil saiu da UTI.
Na avaliação do ministro, o mais importante é garantir o controle dos gastos públicos e a redução da participação da dívida pública em relação ao PIB do país. Para isso, descarta medidas de incentivo à economia que passem por desonerações de impostos ? alguns setores da economia cobram medidas de estímulo para a retomada do crescimento.
? Não pretendemos aumentar o déficit público dando mais desonerações ? afirmou.
Sobre a proposta de reforma da Previdência que será apresentado ainda hoje, Meirelles afirmou que o mais importante é garantir a solidez desse sistema.
? O trabalhador com 55, 60 anos é relativamente jovem, falo até por experiência própria (Meirelles tem 71 anos). O mais relevante e crucial para todos os brasileiros é termos a segurança que todos vão receber a aposentadoria. A Previdência pode quebrar como vimos no Rio e em outros estados ? afirmou.
O ministro também não quis adiantar quais seriam as dez medidas da área macroeconômica que o governo federal estaria trabalhando para incentivar a economia.
? Estamos em processo de elaboração. O Brasil está cansado de medidas precipitadas ? disse.