SÃO PAULO – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira que ainda é “prematuro” dizer se haverá a criação de novos impostos ou a recriação da CPMF este ano no Brasil, mas não descartou a possibilidade. Na porta da garagem do prédio do gabinete ministerial de São Paulo, ele reafirmou que há um “um início de trabalho” e que “é muito prematuro para se dizer o que pode sair de toda uma série de estudos”.
? Nós não temos como anunciar algo, porque os estudos estão começando. A comissão acabou de ser criada ? afirmou.
Meirelles almoçou com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, no gabinete. Perguntado sobre os assuntos tratados, o ministro disse que foi uma reunião “normal, rotineira”.
A respeito de outras ações que o governo deve adotar para estimular a economia, o ministro da Fazenda citou as “medidas microeconomicas”.
? Por exemplo medidas de crédito, como a criação da duplicata eletrônica, o aperfeiçoamento da alienação fiduciária, o aperfeiçoamento do cadastro positivo. Isso vai aumentar a disponibilidade de garantias para crédito e em consequência vai haver uma queda da taxa de juros ? contou.
Meirelles também citou medidas de desburocratização, como a redução do tempo de abertura de empresas dos atuais 101 dias para três dias.
? Outra desburocratização é diminuir o tempo de pagamento de impostos. Hoje em dia no Brasil uma empresa leva 2600 horas de trabalho por ano (para pagar os impostos), vamos diminuir isso para um número menor que um quarto disso ? comentou.
Enquanto falava a jornalistas, na calçada da Rua Augusta, um transeunte tentava fazer uma selfie ao lado do ministro, que estava acompanhado de quatro seguranças.
? Esse é o cara que tirou a economia do buraco ? gritava o cidadão.
Ao final da entrevista, Meirelles foi caminhando a uma livraria que fica em frente ao prédio do gabinete, mas saiu sem comprar nenhum título. O ministro fica até amanhã em São Paulo, mas disse que não terá agenda oficial nesta sexta-feira.