Brasília – Profissionais cubanos começaram ontem (20) a se desligar do Programa Mais Médicos. O presidente do Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), Mauro Junqueira, informou que em várias cidades do País profissionais comunicaram que trabalhariam apenas até o fim do dia, encerrando a colaboração. A decisão teria partido do governo cubano. “A informação é de que eles necessitam um tempo para tomar todas as providências necessárias para voltar a Cuba”, disse Junqueira.
O acordo de cooperação foi rompido semana passada por Cuba, numa reação às declarações feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro ao programa.
Bolsonaro disse que, durante seu governo, somente seria permitida a participação de médicos que fizessem a validação do diploma. O presidente eleito também afirmou que mudaria a forma de pagamento dos profissionais. Eles receberiam diretamente e integralmente os salários do governo brasileiro. Hoje, o equivalente a dois terços da remuneração é entregue ao governo cubano.
Pelo cronograma divulgado pela Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), os 8.322 médicos recrutados em Cuba para trabalhar em cidades brasileiras devem deixar o País até 12 de dezembro. As despesas do deslocamento serão pagas pelo governo cubano, informou o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.