Uma semana após o início da segunda rebelião na PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel), a reportagem do Hoje News já recebeu a primeira denúncia. Segundo um agente que estava trabalhando na unidade prisional, na madrugada de ontem, quando da fuga de seis detentos da PEC, o diretor Rene Maciel Wizoski Fernandes, teria chegado na unidade alcoolizado. “Como houve fuga, foi ligado para ele vir até a unidade. Quando ele chegou aqui percebemos que estava bêbado, maltratando e humilhando os agentes, sendo que a culpa da situação estar esse caos é dele mesmo”.
Conforme o agente, a direção não teria dado ouvidos aos agentes em relação às diversas denúncias de que os presos iriam “virar a cadeia”. “Como da outra rebelião, não dão ouvidos. Não há condições de trabalho nem mesmo de segurança. Para virar a penitenciária novamente é questão de tempo”.
Estrutura e foragidos
De acordo com a presidente do Sindarspen (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná), Petruska Niclevisk Sviercoski, os mais de 700 presos que continuam na PEC estão alojados no solário. “Nenhuma ala e nenhum cubículo está inteiro. Não há condições de abrigar esses presos e muito menos segurança dentro da unidade. Os agentes estão do lado de fora e a custódia está sendo feita por integrantes do SOE e da Polícia Militar”.
Além dos dois presos que ganharam as ruas na madrugada de ontem, as forças de segurança estão empenhadas em localizar os outros 34 presos que evadiram-se da unidade prisional durante a rebelião, ocorrida entre os dias 9 e 11 de novembro.
Durante a madrugada, seis presos conseguiram escalar as paredes do solário, onde os detentos estão alojados desde o fim da rebelião, e sair da unidade. Um dos presos foi detido por agentes do SOE (Setor de Operações Especiais) quando já estava na guarita de saída. Outros três foram recapturados a tarde por agentes, em meio aos escombros da rebelião.
Sem retorno
A reportagem do Hoje News entrou em contato com a assessoria de imprensa da Sesp (Secretaria Estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária), via WhatsApp questionando o fato do diretor estar alcoolizado na unidade. A mensagem foi visualizada às 9 horas, porém, até o fechamento da edição, não houve retorno. Diversas ligações foram feitas à PEC, mas ninguém atendeu.