CARACAS ? Dezenas de milhares de venezuelanos cruzaram neste domingo a fronteira com a Colômbia em busca de alimentos, artigos de higiene pessoal, remédios e outros produtos que não se consegue comprar na Venezuela, mergulhada numa crise de desabastecimento. A mobilização ocorreu após reabertura temporária das passagens fronteiriças entre o estado venezuelano de Táchira e o colombiano Norte de Santander.
Em agosto do ano passado, a Venezuela fechou os 2.219 quilômetros de fronteira entre os dois países após mortes de soldados do país, em confrontos com supostos paramilitares colombianos. No último 10 de julho, a Colômbia chegou a reabrir a fronteira por 12 horas, quando cerca de 25 mil venezuelanos entraram no país à procura de itens básicos. Desta vez, o número cresceu.
? Sábado, entraram de forma ordenada mais de 44 mil cidadãos venezuelanos. Para hoje, esperamos que esta cifra supere os 75 mil registros ? disse ontem o diretor-geral de Migração da Colômbia, Christian Krüger.
A fronteira foi aberta às 7h, e atraiu gente de diferentes regiões da Venezuela.
? Quero comprar alimentos com bom preço e não com o preço de contrabando, como na Venezuela. Vou buscar papel higiênico, manteiga, arroz, leite, o que puder ? disse o comerciante Coromoto Ramírez.
A fronteira seria aberta neste domingo. Mas, diante de tantos venezuelanos, que na madrugada de sábado faziam fila perto da passagem, a Colômbia antecipou em um dia a liberação.
Neste domingo, o governo da Venezuela noticiou a morte de Anibal Chávez, de 60 anos. Irmão do falecido presidente Hugo Chávez, ele era prefeito de Sabaneta. As autoridades não divulgaram a causa da morte. Ele fora internado de madrugada no Hospital Militar de Caracas.