WASHINGTON ? Na reta final da campanha, Hillary Clinton e Donald Trump incentivam seus apoiadores a sairem às urnas. E a estratégia parece funcionar bem neste ano, já que, a três dias das eleições, mais de 33 milhões de eleitores já depositaram seus votos. É que vários estados dos EUA têm votações antecipadas, que acontecem antes do dia oficial da eleição. A apuração até agora indica que os democratas comparecem em maior número que os republicanos às urnas em alguns estados, o que potencialmente favorece a ex-secretária de Estado.
Neste ano, a contagem antecipada indica que os latinos vão mais às urnas do que em eleições anteriores ? possivelmente trazendo uma mudança no histórico de baixo comparecimento do grupo. Muitos latinos querem barrar a entrada de Trump na Casa Branca ? uma vez que o candidato construiu a sua campanha sobre uma agressiva retórica anti-imigração ? e, por isso, a expectativa é que o comparecimento do grupo seja recorde. Até o momento, o voto latino já é significativamente mais expressivo do que em 2012 em pelo menos três estados: Flórida, Georgia e Carolina do Norte.
Uma pesquisa recente do Pew Research Center (PRC) indica que 58% dos latinos dizem que votarão na democrata Hillary Clinton. E outros 19% escolherão Trump, atraídos por seu perfil de empresário bem-sucedido.
Dos sete estados onde a corrida é apertada, três têm grande presença de latinos: Arizona (22%), Flórida (18%) e Nevada (17%). Mas 52% do total vive em estados que não são campo de batalha: Califórnia e Nova York, de preferência democrata, e Texas, que tende a favorecer a chapa republicana.
IMPOPULARIDADE É DESAFIO
No entanto, a presença de jovens e negros nos locais de votação desaponta até agora. Estes foram grupos demográficos importantes na vitória do presidente Barack Obama em 2008 e poderiam ajudar a eleger Hillary. A ex-secretária de Estado é considerada uma leal herdeira de Obama e guardiã do seu legado para o país.
? Os sinais de preocupação para a campanha de Hillary estão nos reduzidos níveis de votos antecipados entre os negros e os jovens, que são peças essenciais entre aqueles que elegeram e reelegeram Obama ? destaca Barry Burden, professor de Ciências Políticas na Universidade de Wisconsin-Madison.
Um dos grandes desafios para levar os eleitores às urnas neste ano é a elevada impopularidade dos dois presidenciáveis. Hillary e Trump tem taxas de aprovação muito reduzidas: 44% para a democrata e 38% para o republicano, de acordo com a média das pesquisas elaborada pelo site RealClearPolitics. E depois de uma das campanhas mais violentas e repletas de baixarias da história, muitos eleitores estão mais motivados por sua rejeição a um candidato do que pela simpatia a um postulante.