SÃO PAULO ? Mais de 100 moradores de rua morreram em São Paulo desde março deste ano. Os dados, do Instituto Médico-Legal (IML), foram obtidos pelo ?SPTV?, da TV Globo. Sergundo o telejornal, outro corpo foi encontrado morto na madrugada desta quarta-feira, na Avenida Cruzeiro do Sul, na Zona Norte.
De acordo com o IML, o mês de março, quando ainda não fazia frio, contabilizou 41 óbitos. No mês seguinte foram 27 e, em maio, 20. Até o dia 15 de junho, foram 25 mortes neste mês, somando 113 vítimas.
O órgão informou que o frio não foi a causa dos óbitos, mas que as vítimas possuíam doenças, como problemas respiratórios.
?Os corpos aqui necropsiados apresentavam sinais e sintomas compatíveis com doenças prévias, doenças que pessoas apresentavam no transcorrer de suas vidas que eram patologias graves, patologias cardíacas, patologias hepáticas e patologias renais também”, disse Nelson Bruni, diretor do IML de São Paulo. “Mas nada ligado ao caso de uma hipotermia e pessoas que teriam morrido por causa do frio. Isso não.”
O homem que morreu nesta madrugada sofreu um infarto. Já o morador de rua encontrado sem vida na última terça, no Bom Retiro, teve pneumonia. No dia 10 de junho foram três mortes: uma no Mandaqui, por ataque cardíaco; uma no Belenzinho, por pneumonia; e uma na Barra Funda, por pancreatite.
A suspeita de que o frio tenha causado as mortes recentes levou o Ministério Público (MP) a abrir um inquérito para investigar as políticas públicas da Prefeitura de São Paulo em relação aos serviços prestados à população de rua. De acordo com o último censo da Prefeitura, São Paulo tem 15.900 pessoas espalhadas pelos endereços da cidade.