BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, confirmou no fim da tarde desta terça-feira que pautará a votação da cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha para a semana do dia 12 de setembro, como queriam aliados do peemedebista. Maia disse mais cedo que é legítimo que tanto a oposição pressione para que seja antes do impeachment, quanto o governo force para que decisão sobre Cunha ocorra só depois de resolvida a interinidade de Michel Temer.
Ao GLOBO, Maia apontou uma série de justificativas para não pautar antes o julgamento de Cunha. Segundo ele, na próxima semana, do dia 15 de agosto, é o início da campanha eleitoral nos municípios e não haverá quórum para votar o caso Cunha. Na semana de 22 agosto é o julgamento Dilma e ele não quer colocar no mesmo momento uma votação tão polêmica quanto essa. Na semana de 29 de agosto, o presidente interino Michel Temer vai para a China e Maia assumirá a presidência da República, deixando a Câmara nas mãos de Waldir Maranhão. Na semana seguinte, do dia 5 de setembro, há o feriado de 7 de setembro e dificilmente haverá quorum elevado, ficando então a semana do dia 12 livre para votar a cassação de Cunha.
Maia afirmou que não se sentirá mal com as críticas que sofrerá da oposição. Ele diz usar como base o prazo que “historicamente” a Câmara levou para votar processos de cassação: ou seja, de quatro a cinco sessões após a leitura do relatório no plenário.
? O que não é legítimo é o processo levar mais de quatro a cinco semanas, que é o prazo que historicamente esta Casa levou para votar processos semelhantes. Disso não passará de forma alguma ? disse.