BRASÍLIA ? O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), manteve a postura de negar oficialmente sua candidatura, mas admitiu nesta quarta-feira que busca apoio para viabilizá-la e voltou a rechaçar problemas de constitucionalidade com a reeleição. Segundo ele, se houver uma decisão da maioria da Casa, o Supremo irá respeitar. Maia comemorou ainda o sinal positivo de apoio do PSDB a sua candidatura, mas disse que são necessárias outras manifestações para amadurecer a decisão. Maia
Nesta quarta-feira, depois de almoçar com Maia, o novo líder do PSDB, Ricardo Trípoli (SP), disse que a tendência é o partido apoiá-lo, mas que é preciso que Maia lance em breve sua candidatura.
? O pedido do líder do PSDB me estimula muita, o PSDB é um partido aliado meu, não apenas na Câmara, mas em todos os pleitos que participei. Isso significa que as conversas estão avançando. Sou presidente da Câmara, não posso ser candidato da minha vontade pessoal. Tenho que ser candidato da vontade de muitos partidos, de muitos parlamentares, deputados e deputadas. Isso precisa amadurecer ? disse Maia.
Segundo o presidente, o encaminhamento do PSDB e de outros partidos que virão nos próximos estimularão a decisão:
? A gente sabe que tudo que acontece no momento errado, não vem em bom tom. Se eu entender que minha candidatura representa um caminho de harmonia entre os poderes e principalmente, no plenário da Câmara, que até julho tinha virado cenário de guerra, pode ter certeza que neste momento a minha candidatura estará madura e decidirei com meus aliados anunciá-la. Agora falta clareza de que meu nome represente harmonia na Casa e também com o Senado, o Poder Executivo e o Poder Judiciário.
Maia dedicou o dia de hoje para muitos encontros formais de demonstração de prestígio a sua candidatura. Pela manhã, foi recebido pelo presidente Michel Temer. Almoçou com o novo líder tucano e o ex-líder Antonio Imbassahy (BA) e, de tarde, foi até o Ministério das Relações Exteriores para se encontrar com o ministro tucano José Serra (Relações Exteriores).
Na noite de hoje, Maia anunciou que irá jantar com tucanos e peemedebistas. Entre eles estará o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o líder Trípoli e o deputado peemedebista Lúcio Vieira Lima. Segundo ele, todos os encontros e conversas são sobre projetos que interessam ao Brasil e que, sendo ou não presidente, ele tentará tocar na Casa.
? Independente de ser presidente ou não, continuarei sendo deputado e legislando ? disse Maia.
Maia garantiu que na conversa com Temer não pediu ou tocou no tema da eleição para a Presidência da Casa, em nome da independência entre os poderes. Segundo ele, de forma alguma Temer irá interferir nesta eleição. O presidente afirmou que a conversa entre eles girou em torno das reformas que o governo já enviou ao Congresso e a crise de violência que atingiu esta semana Manaus e já atingiu o Rio de Janeiro, além das dívidas dos estados.
O presidente desconversou sobre a proposta feita por um de seus adversários, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), de realização de um debate entre os pré-candidatos à Presidência da Câmara. Segundo Maia, todos os dias eles debatem, em conversa com a imprensa, temas de interesse da sociedade:
? O debate da agenda do país fazemos todos os dias, não precisa de data marcada!
AVIÃO DA FAB
Questionado sobre críticas dos adversários o acusam de usar o avião da FAB para fazer campanha, Maia ironizou:
? Eles podem usar na eleição. Durante a eleição, o avião é deles.
O uso de jatos da FAB é franqueado a presidentes de poderes em atos oficiais ou para ir ou vir de seus estados. Maia irá a Recife amanhã. Segundo ele, já tinha um compromisso particular, mas também irá encontrar alguns deputados e o tema eleição da Câmara pode ser discutido. A assessoria de imprensa informou que Maia não usará o avião da FAB para esta viagem. Ou irá em avião de carreira ou em jato custeado pelos partidos.