CARACAS ? Enquanto a Venezuela se vê em alta tensão diante de uma crise política, Nicolás Maduro defendeu o reforço militar no país durante as comemorações oficiais pelo Dia da Independência. Diante de milhares de integrantes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), o presidente justificou a necessidade de “um poder militar cada vez mais poderoso e cada vez maior”, para enfrentar uma “guerra não convencional”. Atualmente, a oposição trabalha em uma forte campanha pela convocação de um referendo revogatório que poderia encurtar o mandato do presidente.
Maduro se referiu nesses termos ao que denuncia como um boicote à economia pela oposição e por empresários, apoiados por setores de poder dos Estados Unidos que buscam derrubá-lo.
? O poder militar tem que continuar a ser aumentado ? disse o presidente nesta terça-feira em Caracas.
Exibindo armamentos e veículos blindados, milhares de efetivos dos corpos militares marcharam frente ao governante na comemoração da Independência. Simultaneamente, aviões de combate, helicópteros e aeronaves de transporte de tropas cruzaram o céu da capital venezuelana.
Em seu discurso, Maduro ainda atacou Heny Ramos Allup, líder opositor e presidente do Parlamento de maioria opositora, por suas duras críticas ao governo venezuelano. Nos últimos dias, ele afirmou que a Justiça ? acusada pelos opositores de servir ao governo de Maduro ? planejava bloquear a convocação do referendo revogatório contra o mandato do presidente.
? Não se meta com os soldados, não se meta com os sargentos, não se meta com os capitães. Meta-se comigo, que sou o comandante chefe desta Força Armada. Covarde! ? disse o presidente em referência a Ramos Allup após o habitual desfile das tropas no Paseo Los Próceres.