BUENOS AIRES – O presidente argentino, Mauricio Macri, afirmou nesta sexta-feira em Buenos Aires que é ?covarde? que o governo da Venezuela submeta a população ?por meio da força? e defendeu, junto à chefe de Estado do Chile, Michelle Bachelet, que os venezuelanos decidam seu futuro.
O mandatário foi questionado sobre as declarações de Diosdado Cabello, número dois do chavismo, que na quinta-feira chamou Macri de ?covarde? por não permitir que a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, participasse da reunião do Mercosul em Buenos Aires, em meio a um escândalo inédito na diplomocia latino-americana.
Macri disse que as declarações de Cabello são ?uma piada pequena frente ao que sofrem os venezuelanos? e que ? é covarde submeter a população por meio da força e não deixá-la se expressar?.
? Não é para levar a sério, começando porque alguém (Delcy Rodríguez) não pode se autoconvidar a um lugar onde não foi convidado?, acrescentou Macri ao ser consultado sobre a situação de quarta-feira em uma coletiva de imprensa junto a Bachelet na residência presidencial de Olivos.
No polêmico episódio, a ministra das Relações Exteriores venezuelana viajou na quarta-feira a Buenos Aires para participar de um encontro de representantes do Mercosul convocado pelos sócios-fundadores do bloco após a suspensão da Venezuela. O governo venezuelano não havia sido convidade e a chanceler Rodríguez não foi recebida na reunião junto a seus pares de Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.
? Triste é a pobreza, o abandono, a falta de garantias sobre os mínimos direitos humanos da população que hoje está sofrendo ? alfinetou Macri nesta sexta-feira. ? Acreditamos na necessidade de que os venezuelanos possam decidir sobre seu futuro ? acrescentou o presidente, ao considerar que o governo de Maduro ?desobedecendo pedidos de venezuelanos e do mundo inteiro?.
Bachelet prefiriu não comentar a suspensão da Venezuela do Mercosul, já que o Chile não é membro-pleno do bloco, apenas associdado.
? O Chile entende que o tema Venezuela deve ser resolvido pelo povo soberano, mas os países da Unasul apoiamos os esforços do Vaticano para encontrar uma saída para os conflitos pela via pacífica e humanitária ? disse a chefe de Estado.
Cabello também pediu a retirada do embaixador argentino de Caracas, mas o chefe de gabinete da Argentina, Marcos Peña, indicou que era conveniente
Cabello también pidió el retiro del embajador argentino en Caracas, pero el jefe de gabinete argentino, Marcos Peña, indicó que era conveniente “aclararle a Cabello que en este momento no hay embajador argentino en Venezuela, quizá no es consciente de eso”.