BUENOS AIRES – O governo do presidente argentino, Mauricio Macri, enfrentará nesta terça-feira uma grande manifestação sindical, convocada para exigir, entre outras demandas, reajustes salariais que compensem uma taxa de inflação que no ano passado chegou a quase 40%. Como o Banco Central estabeleceu uma meta de 17% para este ano, a Casa Rosada insiste em limitar os aumentos a 20%, patamar considerado inaceitável pelos sindicatos argentinos. Nesta segunda-feira, os professores de quase todas as províncias do país realizaram uma greve geral que impediu a volta às aulas de cerca de cinco milhões de alunos, em repúdio à atitude do governo Macri.
Nesta terça-feira, as marchas serão lideradas por dirigentes da Central Geral de Trabalhadores e da Central de Trabalhadores Argentinos (CTA). Autoridades sindicais já anteciparam a convocatória de uma greve geral, entre fins de março e princípios de abril.
? Temos diferenças grandes com o governo em relação à economia. É como se ambos víssemos um cavalo, mas o governo vê um cavalo puro-sangue e nós vemos um pônei ? comentou Héctor Daer, da CGT.
O chefe de gabinete do governo, Marcos Peña, assegurou que ?o caminho para nós sempre sempre o diálogo, a greve dos professores não é o caminho para fortalecer a escola pública?.
? A possibilidade de manifestar-se é parte central da democracia, não devemos ter medo. Mas o caminho do diálogo é o caminho que queremos percorrer ? declarou o chefe de gabinete argentino.