Cotidiano

?Machado não tinha intimidade para falar de dinheiro comigo, eu procurava direto as empresas?, diz Vaccarezza

BRASÍLIA – Ex-líder dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o ex-deputado Cândido Vacarezza (PT- SP) veio, nesta quinta-feira, pessoalmente ao Salão Verde da Câmara para rebater as declarações dadas por Sérgio Machado, ex-diretor da Transpetro, de que atendeu a pedido dele em 2010 e conseguiu repasse de R$ 500 mil, via doação oficial do diretório do PT em São Paulo para a campanha dele. Segundo Machado, o dinheiro seria oriundo de propina transferida pela Camargo Corrêa.

Vacarezza não nega ter conversado com Machado, que na delação afirma que eleo procurou em 2010 para pedir ajuda financeira à sua campanha a deputado federal. O ex-deputado afirma que, como líder do governo, era obrigado a falar com todos do governo. Mas que não tinha intimidade com Sérgio Machado e que nunca falou de dinheiro com ele. O ex-líder disse que em suas campanhas pedia dinheiro pessoalmente a vários donos de empresa e que é só olhar sua prestação de contas de 2010, aprovadas pela Justiça eleitoral, para ver que não há nenhuma doação do diretório estadual do PT.

— Nunca falei de dinheiro com Sérgio Machado. Ele não tinha intimidade para falar de dinheiro comigo. Eu não precisava dele. Em 2010, procurei vários donos de empresa e tive várias doações direto para minha conta da campanha. Eu procurava direto as empresas, não precisava de intermediários. Não tenho doação do diretório do PT estadual, como ele diz, basta ver a prestação de 2010 — disse Vacarezza, acrescentando:

— É uma afirmação mentirosa e criminosa. Vou processá-lo por danos morais e farei denunciação caluniosa. Ele vai ter que provar o que disse. Não tenho nada a dever à polícia e à Justiça.

O ex-líder do governo do PT diz que todas as doações privadas de suas campanhas são legais, que nunca fez caixa dois. Diz ainda que não existe nenhum inquérito aberto contra ele no âmbito da Lava-Jato.

— Os dois que existiam, um o Ministério Público não me denunciou e o outro, o juiz (Sérgio Moro), mandou arquivar.