BRASÍLIA ? O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), afirmou nesta quinta-feira que o PSDB quer é aprofundar as convergências na base aliada do governo Michel Temer e não o contrário. O líder negou que os tucanos tenham ameaçado assumir um posição de independência do governo em razão dos movimentos de aprovação de novas reajustes salariais que prejudicam o ajuste fiscal.
? Isso (de o PSDB romper) não existe! Queremos é aprofundar as convergências em vez de acentuar as divergências. Não tem ameaça nenhuma ? disse Aloysio Nunes.
Tucanos que participaram ontem do jantar oferecido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na residência oficial da Câmara e que contou com a presença de Temer, Renan Calheiros, presidente do Senado, e outros peemedebistas também reforçam que houve um distensionamento na relação entre peemedebistas e tucanos. Aloysio Nunes disse que o jantar de ontem foi “muito bom” e que não discutiram a questão dos reajustes. Mas fez questão de dizer que a base de Temer está sensibilizada em garantir o ajuste fiscal. E frisou a importância da aprovação da PEC do teto de gastos.
? A LDO foi votada e já estabeleceu a regra de não aumentar as despesas. O Congresso tem essa posição a favor do ajuste. O problema é que temos aqui uma força muito presente, das corporações de promotores, juízes. Ontem foram os defensores. Mas o Congresso terá compromisso com o ajuste ? afirmou Aloysio Nunes.
Aloysio disse que não será a concretização do impeachment e o fato de Temer deixar a situação de interinidade que modificará sua relação com a base aliada. Segundo o tucano, as pressões sobre o Executivo são normais no meio político, mas é uma premissa falsa a de dizer que os aliados irão pressionar menos Temer depois que ele se efetivar no cargo, com a saída definitiva de Dilma Rousseff.
? Essa é uma pauta falsa. A preocupação central do Temer é estabelecer o corte nos gastos e isto será feito. Mesmo interino, ele já tomou a grande iniciativa de enviar ao Congresso a PEC do teto dos gastos, uma medida ambiciosa e importante ? afirmou o líder do governo.
Segundo ele, o que poderá mudar com a efetivação dele no cargo é a percepção internacional:
? Claro que no âmbito internacional o presidente atuará com mais desenvoltura. Muitos investidores, empresários, que não acompanham o dia a dia do país podem ter dúvidas, preocupações se Dilma poderia voltar.