BRASÍLIA ? O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do processo de impeachment, ministro Ricardo Lewandowski, recorreu à ironia para pedir calma aos senadores, que já começaram a se exaltar no início da sessão deste sábado. É o terceiro dia de julgamento da presidente afastada, Dilma Rousseff.
? Pela experiência, vejo que de manhã tem um pouco mais de energia e depois ela vai caindo. Temos que ter um pouco de paciência ? disse Lewandowski, gerando risos.
Os maiores embates e bate-bocas têm ocorrido justamente pela manhã. Por isso, o recado de Lewandowski.
Para aguentar a maratona de discursos, Lewandowski desde cedo tem sido fotografado com uma xícara nas mãos. Assessores dizem que é chá, na maior parte do tempo, mas que já recorreu a café.
Lewandowski não queria parar para o almoço, mas teve que ceder diante dos mais de 20 inscritos para fazer perguntas ao ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa. O intervalo ocorreu das 13h às 14h.
Pela manhã, os ânimos começaram a se acirrar quando o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), pediu a palavra para lembrar que o acordo fechado na sexta-feira havia acabado com as questões de ordem, para agilizar os trabalhos. Os petistas começaram a reclamar.
? Infelizmente, precisamos lembrar que o Senado viveu ontem um episódio que precisa ser esquecido. A senadora Vanessa é a quinta inscrita e não se contém, e invade o espaço do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) ? disse Cunha Lima, recebedo protestos da senadora Fátima Bezerra (PT-RN).
? Enquanto as câmeras do documentário do PT estiverem aqui, essas cenas vão seguir ? completou o tucano.
CRISTOVÃO COLOMBO
À tarde, o depoimento de Nelson Barbosa transcorria em um plenário mais esvaziado do que em dias anteriores e com um clima mais ameno. Houve um momento de risos quando Lewandowski foi passar a palavra ao senador Cristovam Buarque (PPS-DF).
? Passo a palavra ao senador Cristovão Colombo ? disse Lewandowski.
? É um upgrade! ? brincou Cristovam, enquanto todos no plenário riam.