A produção de leite no Paraná cresceu 72% nos últimos 10 anos. De acordo com dados do último levantamento feito pelo IBGE, de 2006 a 2015 a produção leiteira do Estado passou de 2,7 para 4,6 bilhões de litros/ano. O Paraná lidera a produção leiteira entre os estados do Sul e a perspectiva é crescer ainda mais.
Na região do Arenito, Noroeste do Paraná, a atividade se tornou alternativa de renda nas pequenas e médias propriedades, que antes tinham pastagens degradadas. Ali, o Governo do Estado investiu mais de R$ 4 milhões no programa Leite Mais Arenito, que envolve 21 municípios, ajudando assim a qualidade de vida dos agricultores da região.
RENDA GARANTIDA – Marcos Antônio Gea Paulino, de 29 anos, morador de Iporã, no Noroeste, sempre ajudou o pai, que trabalhava com avicultura. Há dez anos, ele ganhou quatro alqueires de terra e decidiu mudar e trabalhar com bovinocultura de leite. Em 2012, o agricultor começou então a participar do programa do Governo de Estado, Leite Mais Arenito, uma parceria entre o Estado, iniciativa privada e o produtor.
Desde então, Paulino recebe visitas semanais de técnicos da Emater para melhorar a estrutura da fazenda, aumentar a produção e a qualidade do leite. Ele diz que começou com dois animais e atualmente ele já tem quarenta e dois, contando com as novilhas.
“A decisão de trabalhar com a atividade foi a renda. Como a área é pequena, conseguimos aproveitá-la melhor com a produção de leite. Em 2012, com ajuda técnica a gente começou a direcionar a atividade para se tornar mais rentável”, afirma.
Ao longo desses anos e graças à consultoria da Emater, Paulino – que estudou até o sétimo ano do ensino fundamental mm – foi se profissionalizando. Ele fez os cursos oferecidos pelo Estado de inseminação artificial, melhoramento genético, manejo de ordenha, casqueamento, criação de bezerra, higiene e manutenção de ordenha, entre outros. Dessa maneira, além de conseguir financiamentos e participar de projetos governamentais para conseguir recursos e incentivos, ele mesmo faz a inseminação artificial dos animais da propriedade. Desta forma, ele consegue produzir animais de alta performance para melhorar cada vez mais o rebanho e a produção de leite.
PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL – A propriedade também mudou. Com o auxílio dos técnicos, antes o que era feito de maneira manual, hoje é feito com o auxílio de máquinas. Tudo é realizado de forma mais estruturada para manter o ambiente agradável para os animais, otimizar o trabalho e tornar a produção mais sustentável. Os técnicos da Emater ajudam no planejamento da alimentação animal, pasto, maquinário e estrutura. Cabe ao agricultor executar todos os processos.
Atualmente são produzidos na propriedade de Paulino cerca de 10 mil litros de leite por mês, com 20 animais adultos em produção. O leite tem destino certo: a cooperativa da região. Além disso, o produtor explica que o produto de sua fazenda já se tornou referência na região, pela qualidade do leite que comercializa.
“Hoje nosso leite é referência em qualidade. Eu recebo o mesmo valor de quem tem quantidade. E toda essa parte de acompanhamento dos técnicos e assistência contribui muito para que eu consiga ter um leite de qualidade e ser modelo nessa área”, comemora.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater, Rafael Meier de Matos, a vantagem para o produtor participar do projeto Leite Mais Arenito é que ele passa a usar a propriedade de maneira mais eficiente, melhorando a qualidade do leite e fidelizando o agricultor junto à indústria. Segundo ele, esse trabalho vê a produção leiteira como um todo. Os técnicos orientam o produtor desde a parte de pastagem, produção de alimentos, sanidade, alimentação, estrutura, e também, orientação para crédito rural e programas de incentivo.