Cotidiano

Justiça do DF aceita denúncia na Zelotes, e Lula vira réu pela quarta vez

RIO – O juiz Vallisney Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, acolheu denúncia do da Procuradoria da República contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o filho Luís Cláudio Lula da Silva, entre outros investigados. Eles são acusados de envolvimento em organização criminosa, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Esta é a quarta ação penal aberta contra Lula desde que ele deixou a presidência da República

As informações foram divulgadas pelo G1. A denúncia foi apresentada por procuradores da Republica na semana passada. Lula é acusado de atuar para favorecer a Grippen na última licitação para a compra de caças pela Força Área Brasileira (FAB). O suposto tráfico de influência teria ocorrido entre 2013 e 2015, ou seja, quando ele já não era mais presidente.

Em troca do apoio do ex-presidente, o casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni teriam depositado R$ 2,5 milhões em uma conta de Luis Cláudio. As investigações são parte da Operação Zelotes, que teve origem na apuração sobre venda de decisões do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), do Ministério da Fazenda.

OUTROS CASOS

Em outubro, a Justiça do Distrito Federal abriu ação penal contra o ex-presidente por participação em organização criminosa, corrupção passiva e tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, Lula teria recebido dinheiro da construtora Odebrecht para defender interesses da empreiteira em outros países. Além de Lula, também foram transformados em réus no mesmo processo outras dez pessoas ? entre elas, o dono da Odebrecht, Marcelo Odebrecht.

Um dos outros casos em que Lula é réu é o do tríplex do Guarujá, em que o ex-presidente responde na 13ª Vara Federal de Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, Lula obteve R$ 3,7 milhões em vantagens indevidas que lhe foram pagas pela empreiteira OAS, de forma dissimulada, em troca de contratos com o governo federal.

No outro processo, que tramita na 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, Lula é acusado de tentar obstruir a Justiça comprando o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores do esquema de corrupção na estatal, que também foi originado nas investigações da Petrobras. A suposta participação de Lula foi denunciada pelo ex-senador Delcídio do Amaral, que afirmou em depoimento de delação que Lula queria manter Cerveró em silêncio para proteger o pecuarista José Carlos Bumlai, que havia retirado em nome dele, no Banco Schahin, um empréstimo para o PT, que foi pago com contrato bilionário fechado pelo Grupo Schahin com a Petrobras.