Cotidiano

Juiz intima Cristina Kirchner a depor e ordena bloquear seus bens

CpI6mBqWYAElQ8M.jpgBUENOS AIRES – No próximo dia 20 de outubro, a ex-presidente argentina Cristina Kirchner (2007-2015) deverá voltar aos tribunais de Buenos Aires, desta vez para prestar depoimento, pela primeira vez, num caso de corrupção. A ordem foi dada hoje pelo juiz Julián Ercolini, encarregado do caso Hotesur ? no qual Cristina foi acusada de alugar quartos de seus hotéis de luxo na Patagônia a empresários amigos, como suposta manobra financeira para cobrar propina. Na mesma resolução, Ercolini ordenou o bloqueio de todos os bens da ex-chefe de Estado, que passou as últimas semanas refugiada em sua residência de El Calafate.

Este ano, Cristina já prestou depoimento no caso sobre supostas irregularidades em operações de venda de dólar futuro no Banco Central, em mãos do juiz Claudio Bonadio. O magistrado, que já processou a ex-chefe de Estado, foi o primeiro em decretar a indisponibilidade dos bens da ex-presidente e, também, o congelamento de suas contas bancárias. A medida adotada por Bonadio incluiu, ainda, cofres bancários de Florencia Kirchner, filha de Cristina, onde foram encontrados cerca de US$ 4,6 milhões.

Mas o caso Hotesur é muito mais delicado para o kirchnerismo, já que as acusações contra a ex-presidente mencionam suposta lavagem de dinheiro e associação ilícita. Além de Cristina, foram convocados outros ex-funcionários kirchneristas envolvidos no processo, entre eles o ex-ministro do Planejamento, Julio De Vido, e o ex-secretário de Obras Públicas, Julio López, preso desde junho passado, quando a polícia o encontrou tentando esconder US$ 9 milhões num mosteiro localizado na província de Buenos Aires.

Os processos contra ex-funcionários kirchneristas estão avançando em ritmo acelerado nos tribunais portenhos. Especula-se que Cristina poderia ser processada por Ercolini antes do final deste ano e até mesmo enfrentar uma ordem de detenção em outros casos paralelos. Por enquanto, são apenas rumores que circulam nos tribunais, mas as provas contra a ex-presidente são cada vez mais contundentes.