Cotidiano

Jucá diz que oposição faz ?catimba? julgamento de impeachment

BRASÍLIA – O presidente do PMDB e ex-ministro do Planejamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), provocou a oposição nesta quinta-feira ao dizer que, apesar das manobras para ganhar tempo, o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff será aprovado. O senador utilizou uma metáfora futebolística para ilustrar a situação:

? A oposição, depois que perdeu o João Santana, contratou um marqueteiro uruguaio, aquele técnico que manda embolar o jogo, paralisar, cair, fazer cera, brigar. Ou seja, eles não querem jogar futebol, eles querem fazer catimba. Mas, nós vamos ganhar este jogo, independentemente da catimba deles ? afirmou.

Para Jucá, o jogo já está definido e o fato de a defesa de Dilma ter conseguido que o procurador do Ministério Público junto ao TCU, Júlio Marcelo, não seja ouvido como testemunha, mas como informante, não muda em nada o processo.

? A população brasileira já definiu, já explicitou isto nas ruas. A maioria dos senadores já votou duas vezes. A cada votação aqui no Senado, amplia-se o número a favor da cassação. Independente desta agonia e da tentativa de atrasar a votação, jogando a bola para a arquibancada, escondendo a bola, nós vamos ter, no final, um resultado exemplar mostrando que o Brasil quer mudar, que será um Brasil diferente deste que o PT está entregando.

? O Júlio Marcelo está falando como informante porque houve necessidade de caracterizá-lo assim. Não muda nada, falar de um jeito ou de outro. O relatório já foi feito, aqui é uma repetição do que houve na comissão e, a cada votação, o número de votos a favor do impeachment é maior. Eu, se fosse do PT, votava logo, porque a tendência é eles terem menos que os 20 votos que tiveram na pronúncia ? disse.

O senador foi questionado sobre a possibilidade de a presidente afastada tocar no tema da delação de Sérgio Machado, que afirmou à força tarefa da Lava-Jato que Jucá recebera R$ 21 milhões em propina. Dilma Rousseff virá ao Senado na próxima segunda-feira prestar seu depoimento.

? Minha conversa com Sérgio Machado é pública e o que eu disse a ele disse também em entrevistas, não há nenhum demérito. Se ela levantar essa questão, ela ouvirá a resposta que ela precisará ouvir ? desafiou.

O peemedebista disse ainda que a relação de seu partido com o PSDB não sofreu qualquer abalado pelas divergências públicas a respeito dos projetos de aumento salarial a ministros do Supremo e outros servidores.

? Não tem crise com O PSDB. Nós jantamos ontem à noite, somos Best Friends Forever ? ironizou.