Curitiba – A renovação do perfil do produtor e a inovação tecnológica que estão ocorrendo na sericicultura projetam para o fortalecimento da atividade no Paraná nos próximos anos. O Estado é o maior produtor de fio de seda no País, sendo responsável por 84% da produção nacional. A meta é expandir a produção para atender a demanda mundial do produto com qualidade, que é o diferencial da produção no Paraná e que o torna competitivo até com a China, maior produtora de fio de seda do mundo.
De acordo com o Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, o perfil do sericicultor está diferente. Muitos produtores saíram da atividade e deram lugar para outros mais jovens, que estão identificando nas inovações tecnológicas uma oportunidade de expansão e de rentabilidade no campo.
De acordo com Gianna Cirio, engenheira agrônoma do Deral, o resultado dessa nova onda deverá ficar mais evidente e promissor dentro de dois anos, quando as novas áreas implantadas estarão em produção.
Pelos menos 50 produtores entraram há pouco tempo na atividade. Os primeiros reflexos já são visíveis, na ampliação da área plantada com amoreiras cujas folhas servem de alimentos para os bichos da seda, que vão gerar o fio da seda. Agora são 3,9 mil hectares, que deverão entrar em produção dentro de dois anos.
De acordo com o Deral, estão presentes hoje na sericicultura 1.867 pequenos produtores, com área média de até 2 hectares cada um, que somam 3,78 mil hectares em 161 municípios no Estado, a maioria concentrada nas regiões norte e noroeste. Atualmente são cerca de 2.017 barracões ativos que abrigam os casulos. Nessa área ainda são cultivadas as amoreiras. A atividade movimentou R$ 39 milhões em faturamento na safra 2015/16, a última apurada pelo Deral.
Esse cenário representa cerca de um terço da conjuntura que existia em 2007, ano que antecedeu a grande crise mundial que fez recuar as atividades econômicas em todo o mundo, e a sericicultura paranaense sofreu com esse impacto. De acordo com Gianna Círio, naquela época havia 15 mil hectares ocupados com o cultivo da amoreira, espalhados em 229 municípios, com cerca de 6 mil produtores.
Maiores compradores
Atualmente países como França, Itália, Suíça e até Japão, onde se concentra a alta costura, são os maiores compradores de fio de seda brasileiro, tendo o Paraná como líder na produção. A Bratac é uma indústria que processa os fios da seda. Sediada em Londrina, ela trabalha com 30% da capacidade ociosa e agora está empenhada em ocupar esses nichos existentes no mercado mundial.
Antes da crise internacional de 2009, havia mais empresas além da Bratac atuando nesse mercado. Mas elas não resistiram às dificuldades financeiras e fecharam as portas.