RIO ? Uma equipe de arqueólogos acredita que um par de joelhos mumificadas em exibição em um museu italiano pode pertencer à rainha egípcia Nefertari, a esposa favorita do faraó Ramsés II. Nefertari viveu, aproximadamente, entre 1290 a.C. e 1254 a.C. ? cerca de um século depois da famosa rainha Nefertiti.
O time de pesquisadores, que incluiu Stephen Buckley e Joann Fletcher, do Departamento de Arqueologia da Universidade de York, usou datação por radiocarbono, antropologia, paleopatologia, genética e análise química para identificar os restos mortais. Eles concluem que “o cenário mais provável é que os joelhos mumificados realmente pertençam à rainha Nefertari”.
Como esposa favorita do faraó Ramsés II, Nefertari recebeu um túmulo muito bem decorado no Vale das Rainhas, ao qual o professor Fletcher obteveb acesso recentemente. Embora saqueado em tempos antigos, o túmulo ainda continha, quando foi escavado por arqueólogos italianos em 1904, diversos objetos que foram enviados para o Museu Egípcio em Turim.
Entre esses objetos, está um par de pernas mumificadas que nunca chegaram a ser cientificamente investigadas. Foi então que o arqueólogo Fletcher decidiu estudá-las. A pesquisa, publicada na revista “PLOS One”, mostra que, muito provavelmente, isso é tudo o que restou de uma das rainhas mais lendárias do Egito.
De acordo com o estudo, as pernas são as de uma mulher adulta de cerca de 40 anos no momento de sua morte, idade que combina com a da rainha Nefertiti quando todos os registros dela desapareceram.
E a análise química do doutor Stephen Buckley também estabeleceu que os materiais usados para embalsamar as pernas são consistentes com as tradições de mumificação do século 13 a.C.
Esses dados, quando tomados em conjunto com as descobertas de outros especialistas envolvidos na equipe, levaram à identificação. Uma análise química dos materiais usados para mumificar os joelhos sugere que eles pertenceram a alguém que fazia parte dos estratos mais altos da sociedade egípcia antiga.
? Eles [os joelhos] foram mumificados com um padrão muito alto, usando os ingredientes mais caros. Foram envolvidos de forma muito cuidadosa, com muita atenção aos detalhes ? comenta Fletcher. ? Tanto Stephen como eu temos uma longa história estudando as múmias reais do Egito, e as evidências que pudemos reunir sobre os restos de Nefertari não só complementam a pesquisa que temos feito sobre a rainha e seu túmulo, mas realmente nos permite acrescentar outra peça para o quebra-cabeça do que é até agora conhecido sobre a mumificação egípcia.