Itaipulândia – A Itaipu Binacional, por meio da Divisão de Reservatório da Diretoria de Coordenação, concluiu uma nova etapa de estudo que avalia os impactos ambientais da aquicultura (piscicultura em tanque-rede) na região oeste do Paraná. A equipe coleta amostras e mede parâmetros importantes de qualidade da água, como algas e microinvertebrados, nutrientes e sedimentos, além de avaliar a comunidade de peixes nativos.
Conforme explica a bióloga Caroline Henn, o estudo começou em 2016 e é realizado em parceria com pesquisadores da área de Engenharia de Pesca da Unesp e da Unioeste. A cada três meses são coletadas amostras na área selecionada para a pesquisa: quatro pontos de um braço do Rio Ocoí, em Itaipulândia e São Miguel do Iguaçu.
Além dos parâmetros ambientais, também é realizada a amostragem de peixes, que dura 24 horas, já que o nível de atividade varia bastante entre as espécies. Baterias de redes de espera de diferentes malhas são instaladas e revistadas a cada quatro horas. Os peixes são conduzidos a um laboratório montado em terra, onde são identificados, medidos e pesados. São analisados também o grau de enchimento dos estômagos, para compreender os perfis de atividade alimentar, e as gônadas, para determinar o sexo e o grau de atividade reprodutiva de cada indivíduo.
Já foram confirmadas mais de 50 espécies, a maioria nativas e de hábitos sedentários (o que é esperado para o local, em função das características hidráulicas), algumas alóctones (nativas de outras bacias) e uma exótica (tilápia) provavelmente oriunda de escape da piscicultura em tanque-terra, praticada próxima ao reservatório. Ao longo do trabalho, também foram capturadas espécies raras na área do estudo, como o tatu (Rhamphichthys hahni).
A equipe da Divisão de Reservatório está preparando o próximo passo: a instalação dos tanques para a produção de peixes.