Cotidiano

Israelenses lembram os 21 anos da morte de Yitzhak Rabin

Mideast Israel-Rabin RallyTEL AVIV – Milhares de israelenses se reuniram no local onde o ex-Primeiro Ministro Yitzhak Rabin foi assassinado. O evento foi realizado para lembrar os 21 anos de sua morte e de sua busca pela paz. Rabin foi morto em 4 de novembro de 1995 por um extremista judeu que rejeitava sua política de negociações com a Palestina. O governo de Rabin assinou o primeiro acordo de paz com os palestinos, em 1993, e ele chegou a ganhar o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços.

A praça que leva o nome de Yitzhak Rabin se tornou um local de peregrinação. Nos últimos anos, sempre nesta data, muitos israelenses se dirigem ao local para homenagear o líder morto. O encontro deste ano chegou a ser cancelado, devido à falta de verbas. Mas o clamor público fez com que fosse mantido.

Em um outro evento, realizado pelo grupo de comandantes da segurança de Israel, o filho de Rabin, Yuval, disse que o assassinato do pai ?impulsionou o pesadelo que estamos vivendo e que continua a fazer vítimas?. Segundo ele, ?tudo aconteceu após uma cruzada de incitamento e hostilidades, e isso não pode ser encoberto?.

O grupo União Sionista, que organizou o evento, atrai críticas de todos os lados. Tanto que ainda existem discordâncias sobre o formato das homenagens. Os líderes Isaac Herzog and Tzipi Livni queriam que fosse apolítico, de modo que atraísse um público bastante amplo. Mas a União Sionista, que organizou as homenagens, queria enviar uma mensagem de oposição ao atual governo. Ao mesmo tempo, reforçou que o ?tema? deste ano era o combate ao incitamento e ao ódio.

Ao lado de Herzog e Livni, estavam o premiado poeta Erez Biton, o General Noam Tibon e Michal Fruman, uma mulher que foi ferida a facadas durante um ataque ao West Bank, em janeiro. O evento teve apresentações dos cantores David Broza, Lea Shabat e Efrat Gosh.

Já David Bitan, líder da coalizão e integrante do partido Likud, preferiu não comparecer. Segundo ele, a morte do ex-Primeiro Ministro não foi política, mas o evento faz parecer que ?políticos o mataram?. Zehaga Gahon, líder do partido Meretz, compareceu ao evento, mas disse em uma rede social que considera difícil ?fazer uma homenagem apolítica em memória de um líder que foi assassinado por motivos políticos?.

Livni, por usa vez, comentou que a decisão pela realização do evento aconteceu porque ?o que estava acontecendo antes do assassinato de Rabin está acontecendo atualmente?.

?Precisamos lembrar do incitamento que existia, ver o que está acontecendo hoje e ir contra isso. E nao apenas lembrando de um Primeiro-Ministro que foi assassinado, mas também que há uma democracia em vigor, pela qual temos que lutar?.

Apesar da União Sionista afirmar que não deseja que o evento fique identificado com a esquerda, muitos cartazes e balões com as palavras ?União Sionista? e ?trabalho? foram espalhados pela Praça Rabin. E outros cartazes acusavam o atual Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu de destruir o legado que o líder morto deixou.