BRASÍLIA – Já em preparação para ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o indicado do presidente Michel Temer para o Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, aproveitou esta quarta-feira para apresentar uma defesa prévia aos senadores sobre os pontos que imagina que vai ser questionado na sabatina no Senado. Nas conversas com vários senadores, Moraes antecipou pontos sensíveis de sua biografia.
Uma preocupação é o fato de ter sido advogado do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso no âmbito da operação Lava-Jato. Em conversa com tucanos, Moraes disse haver um ?preconceito? contra os advogados, que seriam parte fundamental do tripé do sistema jurídico, ao lado do Ministério Público (MP) e dos juízes.
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? O MP acusa, o juiz julga, e o advogado defende. Se fosse o (procurador-geral da República) Rodrigo Janot indicado, todo mundo adoraria. Se fosse o juiz Sérgio Moro, poderia sem problema, todo mundo ia achar bom. Mas, se é um advogado, é prejudicial. Esta visão não está correta ? defendeu Moraes.
Ele lembrou, inclusive, que sua origem é o Ministério Público, área considerada intocável hoje em função da Operação Lava-jato. Sobre ataques da oposição, o ex-ministro foi aconselhado a não cair em pegadinhas ou provocações.
? O ministro Alexandre Moraes tem uma base jurídica incontestável e desde os primórdios temos ministros do Supremo vinculados a partidos políticos. O que ele precisa é ter serenidade e mostrar seus conhecimentos técnicos e jurídicos na sabatina ? aconselhou o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, na conversa com Moraes pela manhã.
