RIO- Reflexo da crise econômica, o índice de inadimplência nas universidades privadas do país aumentou 12,9% em relação a 2014. O dado é de uma pesquisa feita pelo Sindicato das Mantenedoras do Ensino Superior (Semesp), que revela ainda que, atualmente, 8,8% das matrículas estão atrasadas há mais de 90 dias. Em 2014, o percentual era de 7,8%.
A taxa é a maior desde 2010, quando foi registrado índice de 9,6%. As instituições mais afetadas pela inadimplência são as de pequeno porte. As universidades com até 2 mil alunos têm uma taxa de 10,4% das matrículas com pagamento atrasado.
– A alta na inadimplência no ensino superior pode ser explicada pela crise macroeconômica e política que o país enfrenta, pelo corte de recursos do financiamento estudantil do Governo Federal, o Fies, ocorrido no final de 2014, e também pela queda acentuada no número de contratos novos em 2015- explica o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.
O índice de atraso de até 30 dias também cresceu. Segundo o relatório, 14,8% das matrículas de 2015 estão nessa situação. Em 2014, a taxa era 13,2%.
O calote nas universidades foi tão significativo que, de acordo com a pesquisa, foi superior à taxa de inadimplência de pessoas físicas no país, que, em 2015, ficou em 6,2%.
Apesar do cenário preocupante, o estudo aponta que a expectativa para 2016 é que o índice de inadimplência nas universidades fique estável. A projeção foi feita levando em consideração a série histórica de crescimento nos contratos do Fies, o índice de atividade econômica, entre outros indicadores.