Cotidiano

HU cobra direcionamento de pacientes a outros hospitais

Cascavel – Com mais de 10,7 mil internamentos e outros 11 mil atendimentos feitos no pronto-socorro no mês de julho, o HU (Hospital Universitário) de Cascavel está em sua capacidade máxima de atendimento. E quem diz isso é o diretor-clínico do hospital, Sérgio Bader, que cobra, de forma urgente, o redirecionamento de pacientes para outros hospitais de Cascavel que atendam pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

“A única indicação para desafogar o hospital é encaminhar os pacientes a outros hospitais credenciados”, disse ontem, para a imprensa.

Bader lembra que esse problema vem sendo tratado há anos com a 10ª Regional de Saúde, e até hoje sem definição. “Essa é uma conversa necessária entre a 10ª e o médico regulador do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência]”, explica.

Para se ter uma ideia do volume de pacientes direcionados ao HU todos os dias, Bader usa um simples exemplo: “A cada dez pacientes que precisam de atendimento, nove vêm para cá”.

Segundo o diretor-clínico, o hospital recebe 90% dos pacientes da macrorregião oeste e os outros 10% são divididos entre os demais hospitais credenciados no sistema público de saúde: “Estamos no limite e infelizmente não cabe todo o mundo aqui”.

Mais 2 anos

Caso o problema da superlotação não se resolva nas conversas entre a 10ª Regional de Saúde e o Samu, a situação só deve melhorar daqui a dois anos. Isso porque as quatro grandes obras hoje em andamento no hospital – alas de Queimados e Materno-Infantil, pronto-socorro e ambulatório – ainda não têm data para serem entregues. A única previsão fornecida pelo diretor-geral do HU, Edisom Luiz Leismann, é de que esses investimentos continuam, mas são de longo prazo.

“É preciso lembrar que são processos de planejamento desde 2012 e que dependem de aprovações de vigilância sanitária, inclusão nos orçamentos do Estado e da União, liberação de recursos, licitações, edificações, aquisição de equipamento, contratação de pessoal e só depois disso, o funcionamento efetivo”, explica.

Sem dinheiro

A obra mais adiantada do conjunto é o pronto-socorro, que está 90% concluído. O espaço, que hoje abriga 20 leitos para observação, não teve o número de vagas ampliado, mas Leismann garante que o atendimento, após a reforma, será muito mais humanizado. Da mesma forma ocorre no ambulatório, que hoje só depende da compra dos mobiliários.

O que ainda deve demorar são as alas de Queimados e a Materno-Infantil. No primeiro caso, a construção já foi finalizada, porém, não há dinheiro para a aquisição de equipamentos e contratação de pessoal.

Leismann corre contra o tempo para garantir recursos do governo estadual, que até o fim deste ano deve repassar ainda R$ 9 milhões ao hospital. Parte segue para esses dois projetos, no entanto, muita coisa depende do orçamento para o próximo ano, ainda não definido. “O processo não é rápido. O orçamento precisa estar liberado para abrir licitação [da compra dos equipamentos]”, explica.

Já em relação à ala Materno-Infantil, Leismann não arrisca datas. Essa é a obra mais atrasada e tem causado sérios transtornos às gestantes. Nesta semana, o Centro Obstétrico, que tem capacidade para 14 internamentos, abrigava 47 pacientes, entre mães e recém-nascidos. Depois de pronta, a intenção é evitar que as mulheres e as crianças permaneçam em macas improvisadas nos corredores, algo comum na rotina do hospital.