BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou em evento da Caixa Econômica Federal nesta quinta-feira que assim que o governo Temer assumiu houve uma expectativa eufórica de que a recuperação econômica seria fácil e rápida. Ele ponderou, contudo, que uma crise nas dimensões da enfrentada pelo país demandará tempo para ser contornada, mas garantiu que isso já vem ocorrendo.
? Houve uma expectativa inicial eufórica de que seria uma coisa fácil e rápida. Evidentemente que não, uma crise dessa dimensão demanda um certo tempo para que a economia se recupere, mas isso está acontecendo ? disse.
Ele disse que o governo focou, em um primeiro momento, na recuperação do quadro fiscal. Segundo ele, essa foi uma das principais razões que levaram o Brasil à maior recessão de sua história. Agora, o foco é em estimular o crescimento. O ministro citou as medidas já aprovadas e anunciadas pelo governo, como a desvinculação das receitas da União (DRU), o teto para os gastos e as medidas microeconômicas anunciadas. Além disso, ressaltou a importância da reforma da previdência, que tramita no Congresso.
Meirelles ponderou, contudo, que o debate em torno da Previdência será ?muito intenso?. Segundo ele, a sociedade precisa entender o projeto. Para o ministro, é mais importante pro trabalhar ter a garantia de recebimento futuro da aposentadoria do que saber se vai se aposentar mais tarde.
? O projeto está caminhando e será um debate claramente muito intenso, o que é positivo. É importante que sociedade debata e entenda o projeto. Não é possível se financiar uma previdência que não esteja de acordo com a capacidade do país de pagar. É mais importante pro trabalhador ter a garantia da aposentadoria do que saber se vai aposentar mais 3 ou 5 anos à frente
O ministro ainda defendeu uma menor participação do Estado na economia. Segundo ele, o governo nos últimos anos cresceu acima do PIB e ocupou o espaço do setor privado.
? Na medida em que controlamos as despesas públicas, isso faz com que exista maior disponibilidade de recursos pro setor privado. O que acontecia antes era simples. Na medida em que o governo crescia mais do que o PIB, mais do que a produção nacional, uma parte do setor privado era como expulso da economia ? explicou.