TÓQUIO ? Um dos diretores de animação mais aclamados do mundo, o japonês Hayao Miyazaki, vencedor do Oscar em 2003 por “A viagem de Chihiro”, ensaia seu retorno ao cinema, três anos após anunciar sua aposentadoria. Links Miyazaki
Em uma entrevista ao canal japonês NHK, Miyazaki falou sobre seu interesse em transformar ?Kemushi no Boro? (“Boro, a lagarta”, em tradução livre), um curta em animação digital que ele está preparando para o museu do Estúdio Ghibi (Tóquio), em um longa-metragem.
O diretor apresentou uma proposta a Toshio Suzuki, veterano produtor do Estúdio Ghibli, que vem servindo como residência criativa de Miyazaki por três décadas. “Eu ainda não contei nada para minha mulher”, confessou o japonês, de 75 anos. “Quando eu fizer, porém, estarei pronto para morrer no meio (da produção)”. Por ainda estar em fase embrionária, ele não deu maiores detalhes sobre o projeto, muito menos uma possível data de lançamento.
Miyazaki anunciou sua aposentadoria dos longas em setembro de 2013, logo após lançar seu então último filme, “Vidas ao vento”.
No programa, Suzuki disse que o cineasta tem “travado uma batalha com a animação digital” no novo projeto, um desvio em relação os estilos de animações desenhadas a mão que usou durante toda sua carreira. “Miyazaki é uma pessoa que continuará fazendo filmes até morrer”, comentou Suzuki. “O Ghibli continuará enquanto Miyazaki continuar fazendo filmes”.
Entre “Vidas ao vento” e “Ponyo: Uma amizade que veio do mar”, o filme anterior de Miyazaki como diretor, há um intervalo de cinco anos. Ou seja, se o cineasta e o estúdio trabalharem em seu ritmo habitual no novo filme, ele seria lançado em 2021, quando o japonês terá completado 80 anos.
Além do Oscar de melhor animação para “A viagem de Chihiro”, Miyazaki recebeu ainda o prêmio honorário da Academia pelo conjunto de sua obra, em 2014.
Com informações da “Variety“.