SÃO PAULO ? Os bancários de todos o país devem entrar em greve na próxima terça-feira, dia 6, após não conseguir acordo de reajuste salarial com os bancos. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), 90% da categoria já aprovou em assembleia o início da paralisação. No Rio, os bancários também decidiram aderir.
A categoria entregou pauta com as reivindicações de reajuste no dia 9 de agosto e, depois de cinco rodadas de negociação com a Federação dos Bancos (Fenaban), não conseguiu chegar a um acordo. Os bancários reivindicam índice de reajuste de 14,78% (aumento real de 5%) e os bancos propõem 6,5%, além de abono de R$ 3 mil.
? O setor mais lucrativo do país negou as principais reivindicações da categoria, com o argumento que há incertezas sobre a economia, mas, só no primeiro semestre, os bancos tiveram um resultado bilionário positivo, muito influenciados pelo elevado patamar da taxa Selic no país. Enquanto todos perdem, os bancos seguem ganhando ? disse Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
A data-base da categoria é 1º de setembro e a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) tem validade nacional. Em todo o país, são cerca de 512 mil bancários.
Para Roberto von der Osten, presidente da Contraf e também um dos coordenadores do Comando Nacional, disse que os bancos sabem que a proposta ?é ruim? e afirmam que os trabalhadores têm de fazer uma contraproposta.
? A nossa proposta está elencada criativamente em 128 artigos da Minuta de Reivindicações que construímos democraticamente debatendo com milhares de bancários e bancárias de todo o Brasil e que entregamos a eles no dia nove de setembro. Depois de cinco rodadas de negociação eles já deveriam estar nos valorizando ? afirmou.
Para a Fenaban, se somados o abono e o reajuste, haverá ?ganho superior à inflação na remuneração do ano da grande maioria dos funcionários do sistema bancário?.