Cotidiano

Governo prepara plano para demissão voluntária

Brasília – O governo federal decidiu cortar da própria carne. Mas o corte será de maneira voluntária. Ele prepara regras para um PDV (Plano de Demissões Voluntárias) para cortar gastos com a folha de pagamento.

A proposta é oferecer uma indenização correspondente a 125% da remuneração do servidor na data de desligamento multiplicada pelo número de anos de efetivo exercício. A iniciativa do governo federal busca reduzir gastos públicos com a folha de pagamento dos servidores públicos federais. A expectativa é que a medida gere uma economia de cerca de R$ 1 bilhão ao ano.

Os gastos da União com o pagamento de servidores aumentaram nos últimos três anos em relação ao PIB (Produto Interno Bruto – soma de todas as riquezas produzidas). Em 2014, a folha somou R$ 222,37 bilhões (3,8% do PIB), passando para R$ 238,49 bilhões em 2015 (o equivalente a 4% do PIB). Ano passado, o governo gastou R$ 257,87 bilhões com servidores públicos, o equivalente a 4,1% do PIB.

Redução de jornada

Segundo o ministério, a proposta prevê também que os servidores efetivos poderão requerer a redução da jornada de trabalho de 8 horas diárias e 40 semanais para 6 ou 4 horas diárias e 30 ou 20 horas semanais, respectivamente, com remuneração proporcional. Será assegurado ainda, a quem optar pela redução de jornada, o pagamento adicional de meia hora diária, calculada conforme regulamentação a ser editada pela pasta.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a expectativa do PDV a ser feito pelo Ministério do Planejamento é de que 5 mil servidores sejam desligados. “Vamos ver se é viável, se haverá essa adesão”, disse.

Aumento de impostos será reavaliado em 2 meses

São Paulo – O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Dyogo Oliveira, descartou o aumento de mais impostos neste momento. Em entrevista à CBN, ele revelou que uma avaliação do reajuste tomado na semana passada deve ser feita daqui a dois meses. "No momento, as nossas posições e as ações adotadas são essas. No futuro, nós teremos que avaliar a realização das receitas, a evolução da arrecadação, inclusive, dessas ações que nós tomamos pra fazer a conjectura sobre outras alterações. Então, eu diria que, ‘pro’ momento, não há essa proposta [de novo aumento]".

Oliveira também explicou que a maior despesa do governo é a Previdência Social, que deve ultrapassar 57% dos gastos federais neste ano. E aproveitou para cobrar a aprovação da reforma. "Essa é uma despesa que não tem controle administrativo. Ela vai crescendo conforme a inflação, conforme a inclusão de novas pessoas no sistema. Então, se nós não contivermos essa despesa, que é a principal de todas, é muito difícil controlar as despesas do governo".

O ministro ainda defendeu a liberação de verbas para emendas parlamentares. Segundo ele, trata-se de mais uma contribuição obrigatória destinada às necessidades dos municípios, como saneamento, calçamento de ruas, construção de pontes e abertura de postos de saúde.