BRASÍLIA – Depois de retirar de última hora servidores estaduais, inclusive professores e policiais civis, da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer reuniu senadores no Palácio do Planalto. Foi avaliado, nesta quarta-feira, que a decisão do governo foi acertada, mas que a reforma já deveria ter sido elaborada sem esses servidores.
Temer citou aos senadores uma frase do ex-primeiro ministro inglês Winston Churchill, de que não se deve lutar apenas pelo possível, mas pelo que é necessário.
Os senadores reclamaram muito da mensagem negativa que as pessoas estão recebendo sobre a reforma e disseram que o governo deve melhorar muito a forma de comunicar as mudanças.
Por outro lado, avaliaram como positiva a retirada do projeto, pelo governo, das mudanças previdenciárias que afetariam magistério e policiais civis nos estados.
Segundo o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), mexer nas aposentadorias dessas duas categorias levaria os estados a judicializarem as mudanças, o que dificultaria a aplicação das novas regras.
? Essa medida distensiona um pouco o ambiente. É claro que a reforma é um tema complexo, mas a decisão do governo melhora o ambiente ? disse.
Já o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) criticou o fato de o governo ter incluído na proposta original as aposentadorias de policiais civis e professores. Também foi dito que o governo entrou em contradição ao defender a aprovação da reforma do jeito que foi enviada, e depois recuar de um ponto que nem era para constar, segundo os senadores.
? Se não era necessário, para que colocar? Foi um erro ter colocado isso na reforma ? disse durante a audiência.
Na reunião de cerca de duas horas, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, reforçou que o governo deve aumentar o diálogo com centrais sindicais. Parlamentares alertaram ainda que o Planalto deve ficar atento, a partir de agora, a possíveis protestos de servidores federais.