BRASÍLIA – Em palestra a gestores da Caixa Econômica Federal, nesta quinta-feira, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), disse que o governo deverá encaminhar ao Congresso em abril um projeto de reforma tributária.
Segundo Padilha, a matéria só não será enviada antes porque a pauta dos congressistas está ?congestionada? com as reformas da Previdência e das leis trabalhistas.
Ainda em discussão no governo, Padilha sinalizou que haverá mudanças na tributação de renda e de ganhos de capital. Disse avaliar que o consumo é muito tributado e que isso deverá mudar:
? Tributamos muito o consumo e muito pouco a renda e os ganhos de capital. Temos que aprender como fazem os povos desenvolvidos, tributam mais a renda e os ganhos de capital e menos o consumo, porque ele impacta a base da pirâmide. Quem paga mais impostos no Brasil são os mais pobres. Estamos trabalhando para ver o quanto vamos conseguir avançar na reforma tributária já nesta direção, se possível ? afirmou.
Ao defender a criação de um teto de gastos públicos, no fim do ano passado, o ministro salientou que não existe ?dinheiro público? e que as despesas dos governos está ?agigantada?:
? Não existe dinheiro público. O Estado não produz um Real. Só existe com o dinheiro que ele toma da sociedade na forma do imposto ou dinheiro emprestado. Temos que dar estabilidade a isso e o maior problema hoje é a máquina do estado, agigantada, nos municípios, estados e governo federal.
Aos superintendentes e diretores regionais do banco público, Padilha afirmou não esperar ?afinidade política? com o governo Michel Temer.
? Não tenho a pretensão que todos tenham afinidade política com o governo. A questão da afinidade política é questão do cidadão, não do gerente da Caixa, que tem uma missão institucional. Vocês servem aos brasileiros, não ao governo a, b ou c. Não quero que cada um seja um defensor das políticas do governo, mas do ponto de vista da gestão ? disse o chefe da Casa Civil.