SÃO PAULO – A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perdeu fôlego em agosto e abriu espaço para que os fundos de renda fixa liderassem os rendimentos no mês, com alta de 1,07%. Já as carteiras que seguem índices de ações (em sua maior parte, o Ibovespa), subiram um pouco menos, 0,66%, mas no ano avançam 27,44%, o melhor desempenho entre as aplicações mais populares do país.
Na avaliação de analistas, ainda há espaço para a valorização das ações negociadas em Bolsa, mas um desempenho como o visto neste ano – alta no índice de 33,57% até agosto – fica mais difícil de ocorrer. Por isso a recomendação é a de cautela. Já em relação à renda fixa, a avaliação é que esse é um investimento considerado seguro e que os juros ainda se manterão em níveis elevados, mesmo que ocorra algum ajuste no decorrer do ano – a Selic foi mantida nesta quarta-feira em 14,25% ao ano.
? Existe espaço para a Bolsa registrar novas altas, mas vai depender de mais variáveis, e não só da expectativa em torno do impeachment da presidente Dilma Rousseff, concluído hoje. O espaço para novas altas vai depender da entrada de recursos dos investidores estrangeiros ? disse Ricardo Zeno, sócio diretor da AZ Investimentos.
Dados da Associação Brasileira Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que os fundos de renda fixa de baixa duração subiram 1,07% em agosto, seguidos pela categoria renda fixa duração livre, com ganho de 1,03%. O rendimento considera o desempenho até o dia 26 de agosto.
Já o pior desempenho foi registrado pelos fundos de ações livre, com alta de apenas 0,17% em agosto, perdendo até mesmo para o rendimento da caderneta de poupança, que foi de 0,76%, e pouco acima da inflação medida pelo IGP-M, que ficou em 0,15% no mês passado. Em agosto, o Ibovespa subiu 1,03% e, no ano, 33,57%.
Já no acumulado do ano, os fundos de ações índice ativo subiram 27,44%, seguido pelo de ações livre, como 23,32%. O pior desempenho ocorreu entre os fundos cambiais, que no ano perdem 15,90%. O dólar no mês passado teve um leve recuo de 0,40%, mas no ano a desvalorização chega a 18,2%.
Fábio Colombo, administrador de investimentos, afirma que o ponto de principal atenção em setembro é o cenário econômico externo, com as discussões em torno dos juros nos Estados Unidos e a corrida presidencial americana. Internamente, as variáveis mais importantes, segundo ele, são “a aprovação de novas medidas econômicas, do novo governo, para correção de rumo da economia; e os desdobramentos da operação Lava Jato”.
Quem mais ganhou em agosto
Fundos de renda fixa baixa duração*: +1,07%
Fundos renda fixa duração livre*: +1,03%
Ibovespa: +1,03%
Fundos cambiais*: +0,98%
Fundos multimercado livre*: +0,82%
Poupança: +0,76%
Fundo de ações índice*: +0,66%
Fundo de ações livre*: +0,17%
Dólar: -0,40%
IGP-M: +0,15%
Quem mais ganhou no acumulado do ano
Ibovespa: +33,57%
Fundo de ações índice*: +27,44%
Fundo de ações livre*: +23,32%
Fundos renda fixa duração livre*: +9,72%
Fundos de renda fixa baixa duração*: +9,14%
Fundos multimercado livre*: +8,97%
Poupança: +5,48%
Fundos cambiais*: -15,90%
Dólar: -18,20%
IGP-M: +6,25%
*rendimentos até 26 de agosto
Fontes: Anbima, CMA e FGV